sábado, dezembro 30, 2006
Google is watching you!
Uma das coisas de que me tenho apercebido ultimamente é que o Google é omnipresente. Possui o Gmail, possui o Youtube, possui o “Blogger” (cuidado com o Beta!), acho que até o Skype é deles (esta descobri hoje). Ou seja, com pezinhos de lã entra-me em casa e na vida por todo o lado. Sinto-me a modos que observada e controlada. E isto não me agrada nada.
A primeira vez que me zanguei com o Google foi por causa daquela história do seu portal na China. Os chineses que procurassem no seu motor de busca “Tianamen”, por exemplo, tinham acesso apenas àquilo que o governo chinês e os google-men acordaram. Fiquei tão furibunda que abandonei durante meses a minha caixa de correio googliana. Entretanto, umas almas caridosas que se encarregam de me trazer à terra de vez em quando, lá me foram explicando que não era só o Google, que o Hotmail isto, o Iol aquilo e o Sapo aqueloutro. Lá voltei eu, de rabo entre as pernas e pouco orgulhosa do meu tergiversar, à maior caixa de correio electrónico do mundo, ou coisa que o valha. Isto passou-se e lá me fui esquecendo do assunto.
Aqui há umas semanas voltou a dar-me o béri-béri quando abri um mail de alguém que me falava de depressão. Enquanto lia a carta, apercebi-me de que a publicidade que habitualmente bordeja as mensagens só falava de terapias, prozacs e psicanalistas! Estranho, disse para os meus botões, e fui abrir outras mensagens, tendo deste modo descoberto a pólvora: os tipos violam o meu correio! Detectam palavras-chave e adequam a publicidade ao conteúdo da mensagem!! Estaquei, mas que é isto? É a World Wide Web, estúpida! Mas, se são capazes disto, de que mais serão capazes? E no futuro, como será? Pior: como nos poderemos proteger?
Desde então, fui-me apercebendo da rede tentacular do Google (deve haver outras, claro) e compreendi que o Big Brother do George Orwell pode muito bem já estar alojado no computador de cada um de nós…
A primeira vez que me zanguei com o Google foi por causa daquela história do seu portal na China. Os chineses que procurassem no seu motor de busca “Tianamen”, por exemplo, tinham acesso apenas àquilo que o governo chinês e os google-men acordaram. Fiquei tão furibunda que abandonei durante meses a minha caixa de correio googliana. Entretanto, umas almas caridosas que se encarregam de me trazer à terra de vez em quando, lá me foram explicando que não era só o Google, que o Hotmail isto, o Iol aquilo e o Sapo aqueloutro. Lá voltei eu, de rabo entre as pernas e pouco orgulhosa do meu tergiversar, à maior caixa de correio electrónico do mundo, ou coisa que o valha. Isto passou-se e lá me fui esquecendo do assunto.
Aqui há umas semanas voltou a dar-me o béri-béri quando abri um mail de alguém que me falava de depressão. Enquanto lia a carta, apercebi-me de que a publicidade que habitualmente bordeja as mensagens só falava de terapias, prozacs e psicanalistas! Estranho, disse para os meus botões, e fui abrir outras mensagens, tendo deste modo descoberto a pólvora: os tipos violam o meu correio! Detectam palavras-chave e adequam a publicidade ao conteúdo da mensagem!! Estaquei, mas que é isto? É a World Wide Web, estúpida! Mas, se são capazes disto, de que mais serão capazes? E no futuro, como será? Pior: como nos poderemos proteger?
Desde então, fui-me apercebendo da rede tentacular do Google (deve haver outras, claro) e compreendi que o Big Brother do George Orwell pode muito bem já estar alojado no computador de cada um de nós…
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Todos precisamos de um
Pegada ecológica
Descobri um fantástico blogue cheio de informação sobre como seguir uma via ecológica. Dêem lá um saltito, mas vão com tempo porque vale mesmo a pena! Chama-se BIOTERRA e é escrito pelo João Soares.
terça-feira, dezembro 26, 2006
A esperança é a base de toda a visão de esquerda
Here are six reasons to be optimistic in 2007
Hope is the basis of all leftish politics
por Johann Hari
Ho, ho, ho. As a columnist, it’s always easier to look out over the world’s agonies and offer your readers reasons to be miserable. “Lots of people lived free, happy lives today” is never much of a headline. So right now I could serve up a Boxing Day dish of global warming, nuclear proliferation, the implosion of Iraq, and the starvation of Africa with a sprig of parsley, and it would all be true and terrifying. But today – in our bloated post-Christmas glow – is a good day to remember that hope is the basis of all good leftish politics.
It’s no coincidence that the most liberal American President of the twentieth century – Franklin Roosevelt – declared “we have nothing to fear but fear itself”, while his most conservative successor, George W. Bush, seems determined to keep Americans in a constant state of amber-alert anxiety. So here is something I should do more often. Here is a bouquet of reasons to feel hope.
Ler mais aqui.
Hope is the basis of all leftish politics
por Johann Hari
Ho, ho, ho. As a columnist, it’s always easier to look out over the world’s agonies and offer your readers reasons to be miserable. “Lots of people lived free, happy lives today” is never much of a headline. So right now I could serve up a Boxing Day dish of global warming, nuclear proliferation, the implosion of Iraq, and the starvation of Africa with a sprig of parsley, and it would all be true and terrifying. But today – in our bloated post-Christmas glow – is a good day to remember that hope is the basis of all good leftish politics.
It’s no coincidence that the most liberal American President of the twentieth century – Franklin Roosevelt – declared “we have nothing to fear but fear itself”, while his most conservative successor, George W. Bush, seems determined to keep Americans in a constant state of amber-alert anxiety. So here is something I should do more often. Here is a bouquet of reasons to feel hope.
Ler mais aqui.
CONTRA A IMPLEMENTAÇÃO DA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA TLEBS (TERMINOLOGIA LINGUÍSTICA PARA OS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO)
Mais uma petição de cidadãos fartos da prepotência dos seus governantes e que resolveram agir como podem. Porque o exercício da cidadania não se pode esgotar no dia das eleições .
- O Estado Português permitiu-se introduzir na Escolaridade Obrigatória conteúdos experimentais não validados ou em fase de validação.
(...)
- O esforço de aprendizagem que é exigido aos alunos pode ser inconsequente: o Ministério da Educação já admitiu parar ou rever o processo no final deste ano lectivo.
(...)
- Uma das linguistas responsáveis pela TLEBS, a Professora Catedrática Maria Helena Mira Mateus, afirmou à Antena 2, em entrevista transmitida no programa Um Certo Olhar, haver termos na TLEBS com os quais “não concorda muito”. A gravação áudio da entrevista está disponível nos arquivos da Rádio Difusão Portuguesa e também em http://www.goear.com/listen.php?v=992ab36 e em http://www.bolt.com/contratlebs/music/TLEBSEntrevista_Maria_Hel/2773513
(...)
- A Associação de Professores de Português, apesar de ser a favor da TLEBS, “não sabe ainda se esta terminologia é a terminologia de que o sistema educativo tem necessidade” e manifestou-se publicamente contra o alargamento da experiência pedagógica a toda a população escolar: “não se pode testar uma vacina da gripe inoculando toda a população”, foram palavras do seu Presidente.
- A formação de professores ainda está em curso. A nova TLEBS está a ser ministrada aos alunos sem que tivesse sido completada a formação dos professores. Os professores estão a ensinar o que ainda não sabem. A Associação de Professores de Português está com dificuldades em conseguir dar formação a todos os professores, atempadamente.
- Os alunos de 12º ano, depois de 11 anos a aprenderem Gramática Portuguesa fazendo uso da terminologia tradicional, vão ser avaliados, já este ano, pelo conhecimento que têm da Gramática Portuguesa segundo a nova TLEBS. Os exames de 12º ditam o acesso à Universidade. Há um futuro em jogo. Há um passado de estudo, esforço e trabalho que é deitado ao lixo.
(...)"
Já muito se tem escrito sobre esta estopada da TLEBS, os porta-vozes do nosso descontentamento têm sido os fazedores de opinião mais conhecidos: o Graça Moura e o Prado Coelho, por exemplo. Claro que, a mim, o facto de estes senhores se insurgirem contra a TLEBS pôs-me instintivamente a pensar: se eles são contra então eu não posso ser... Mas, reconheço, que de vez em quando eles pensam bem (mas atenção, muito de longe a longe!)
Entretanto, a contestação chega já, também, aos Encarregados de Educação (enquanto foram só os profissionais do ensino da Língua Portuguesa os descontentes, poucos consideraram a nossa opinião, note-se). E esta petição, de que acima transcrevo um excerto, é da iniciativa dos pais, sendo por isso de louvar ainda mais.
Por isso, leiam atentamente e, se concordarem, assinem que "não dói nada". E, já agora, divulguem.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
O melhor de mim
sábado, dezembro 23, 2006
Lembranças
Ate o Fim - Chico Buarque e Ney Matogrosso
Esta prenda é para os meus queridos Major Tom e Venus as a Boy.
Esta prenda é para os meus queridos Major Tom e Venus as a Boy.
Lembranças
Dido's Lament - de Dido e Eneias (1689), de Henry Purcell
Esta prenda vai directinha para a família feliz: Passo Largo, Senhora do Monte y sus muchachos(a).
Esta prenda vai directinha para a família feliz: Passo Largo, Senhora do Monte y sus muchachos(a).
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Lembranças
Tom Waits - 'Small Change/Closing Time' London 1979
Esta é a minha prenda natalícia para o Barba de Milho.
Esta é a minha prenda natalícia para o Barba de Milho.
Lembranças
Monty Python - The Spanish Inquisition
Esta é a minha prenda natalícia para o Zimbro Vermelho.
Esta é a minha prenda natalícia para o Zimbro Vermelho.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Sublinhados
...natalícios:
" Aí jaz [a plebe], espalhada pela Cidade, como esterco vil que fecunda a Cidade. Os séculos rolam; e sempre imutáveis farrapos lhe cobrem o corpo, e sempre debaixo deles, através do longo dia, os homens labutarão e as mulheres chorarão. E com este labor e este pranto dos pobres, meu Príncipe, se edifica a abundância da Cidade! Ei-la agora coberta de moradas em que eles se não abrigam; armazenada de estofos, com que eles se não agasalham; abarrotada de alimentos, com que eles se não saciam!"
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras, pág.88-9, ed. Livros do Brasil
" Aí jaz [a plebe], espalhada pela Cidade, como esterco vil que fecunda a Cidade. Os séculos rolam; e sempre imutáveis farrapos lhe cobrem o corpo, e sempre debaixo deles, através do longo dia, os homens labutarão e as mulheres chorarão. E com este labor e este pranto dos pobres, meu Príncipe, se edifica a abundância da Cidade! Ei-la agora coberta de moradas em que eles se não abrigam; armazenada de estofos, com que eles se não agasalham; abarrotada de alimentos, com que eles se não saciam!"
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras, pág.88-9, ed. Livros do Brasil
terça-feira, dezembro 19, 2006
Banda sonora
La polla records - No somos nada
Queridos amiguitos, en este mundo todo está bajo control...
¿todo? ¡No! Una aldea poblada por irreductibles galos
resiste ahora y siempre al invasor con una poción mágica
que los hace invencibles: el cerebro!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar,
por eso nunca, nunca votamos para la Alianza Popular,
ni al PSOE ni a sus traidores ni a ninguno de los demás
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar,
No somos punk, ni mod, ni heavy, rocker, ni skin, ni tecno
Quréis engañarnos, pero no podéis; tampoco tenemos precio
Vosotros veréis qué hacéis, nosotros ¡ya veremos!
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Quieres identificarnos, tienes un problema (4x)
Queridos amiguitos, en este mundo todo está bajo control...
¿todo? ¡No! Una aldea poblada por irreductibles galos
resiste ahora y siempre al invasor con una poción mágica
que los hace invencibles: el cerebro!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar,
por eso nunca, nunca votamos para la Alianza Popular,
ni al PSOE ni a sus traidores ni a ninguno de los demás
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar,
No somos punk, ni mod, ni heavy, rocker, ni skin, ni tecno
Quréis engañarnos, pero no podéis; tampoco tenemos precio
Vosotros veréis qué hacéis, nosotros ¡ya veremos!
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
Somos los nietos de los obreros que nunca pudisteis matar
Somos los nietos de los que perdieron la Guerra Civil
¡No somos nada!
¡No somos nada!
Quieres identificarnos, tienes un problema (4x)
segunda-feira, dezembro 18, 2006
Sugestões natalícias
... do país do crocodilo:
E que tal apadrinhar/amadrinhar um orfão timorense? É só ir ao sítio da Tanetimor e procurar em campanhas. Não é caro e serve para pôr à prova o famoso espírito natalício de toda a gente: em vez de comprarmos algumas prendas tão caras para as nossas crianças, patrocinamos a educação e a alimentação de outras em Timor. Segundo a Tane Timor, um dos objectivos é que todas as crianças bebam leite todos os dias... Simples, não parece?
Vá lá, não custa assim tanto!
P.S. Em frente à casa do Infante, no Porto, esta associação tem uma venda de Natal com artesanato e arte para angariar fundos para os orfanatos com que trabalha - mais uma boa ideia!
Sugestões Natalícias
Comprar prendas no Comércio Justo por um consumo responsável!
Princípios do Comércio Justo
Os princípios do Comércio Justo são:
Princípios do Comércio Justo
Os princípios do Comércio Justo são:
- o respeito e preocupação pelas pessoas e o meio ambiente.
- existência de boas condições de trabalho e o pagamento de um preço justo aos produtores, que cubra os custos de produção, possibilite um rendimento digno e permita a protecção ambiental e de segurança económica.
- a abertura e transparência da estrutura das organizações e de todos os aspectos da sua actividade.
- a informação mútua entre todos os intervenientes na cadeia comercial sobre os produtos e métodos de comercialização.
- o envolvimento dos produtores, voluntários e empregados nas tomadas de decisão que os afectam.
- a protecção e a promoção dos direitos humanos, nomeadamente os das mulheres, crianças e povos indígenas.
- a protecção do ambiente e a promoção de um desenvolvimento sustentável.
o estabelecimento de relações comerciais estáveis e de longo prazo. - a promoção de actividades de informação, educação e de campanhas de sensibilização.
- a produção tão completa quanto possível dos produtos nos países de origem.
Neste momento, existem já lojas de Comércio Justo nas seguintes cidades portuguesas (entre parêntesis a entidade responsável):
- Almada (Mó de Vida);
- Amarante (Aventura Marão Clube);
- Braga (Alternativa);
- Barcelos (Alternativa);
- Coimbra (AJP, Planeta Sul);
- Guimarães (Côr da Tangerina);
- Faro (ARCA);
- Lisboa (Cores do Globo);
- Palmela (Mó de Vida);
- Peniche (Terra Justa);
- Porto (Reviravolta).
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Por que há-de a homossexualidade ser um crime?
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Quero dormir
Hoje acordei com (mt) sono.
Ouvi dizer que comer uma maçã é o melhor "alimento" para acordar.
Vou experimentar!
Ouvi dizer que comer uma maçã é o melhor "alimento" para acordar.
Vou experimentar!
terça-feira, dezembro 12, 2006
Eu, Carolina!
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Parabéns, Medronho!
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Conhecer o Porto
A Porto Vivo propõe que passeemos pelo Porto:
"Pelo Porto Industrial (16/12/2006), pelo Porto dos Artesãos (13/01/07), pelo Porto das Quintas (24/02/07), pelo Porto dos Cafés (10/03/07), pelo Porto dos Barcos (21/04/07), pelo Porto dos Merceeiros , pelo Porto dos Teatros... "
Depois não digam que eu não vos disse nada...
Televisão
Sou cliente da TV Cabo por satélite.
No dia 17/11 (dia de temporal em Portugal) fiquei sem sinal do satélite. Com o tempo que está é (quase) impossivel ir ao telhado sintonizar a antena parabólica. Já tinha a noção do que é ver os 4 canais generalistas portugueses, mas agora, tenho a certeza que o melhor é não ter televisão.
A programação apresentada é MÁ de mais para ser verdade. É só concursos (RTP1) e telenovelas (SIC e TVI). O Canal 2, está em baixo de forma.
Para se ver TV de qualidade só a pagar.
Enfim!
No dia 17/11 (dia de temporal em Portugal) fiquei sem sinal do satélite. Com o tempo que está é (quase) impossivel ir ao telhado sintonizar a antena parabólica. Já tinha a noção do que é ver os 4 canais generalistas portugueses, mas agora, tenho a certeza que o melhor é não ter televisão.
A programação apresentada é MÁ de mais para ser verdade. É só concursos (RTP1) e telenovelas (SIC e TVI). O Canal 2, está em baixo de forma.
Para se ver TV de qualidade só a pagar.
Enfim!
quarta-feira, dezembro 06, 2006
terça-feira, dezembro 05, 2006
Chuva
domingo, dezembro 03, 2006
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Notícias de outro planeta
Doentes com cancro indemnizados
por espera de tratamento na Dinamarca
Os dinamarqueses doentes de cancro e que não foram tratados no prazo máximo de espera previsto, muitas vezes com prejuízo para o seu estado de saúde, vão poder ser indemnizados, determinou ontem o grupo responsável por fixar as compensações a que vão ter direito.
"É possível que esta demora tenha custado a vida a algumas pessoas", alega esta entidade, que terá agora de decidir para cada um dos doentes a gravidade das consequências da falha do sistema de saúde dinamarquês.De acordo com um diário local, citado pela AFP, o montante das indemnizações poderá variar entre as 30 mil coroas dinamarquesas (cerca de quatro mil euros) e "muitos milhões de coroas".
Na Dinamarca, um doente com cancro deve ser tratado normalmente num espaço máximo de quatro semanas. Mas há muitas pessoas que têm de esperar oito a dez semanas, lê-se na edição electrónica do Politiken. No caso dos doentes já falecidos, serão os familiares mais próximos a receber a indemnização.
Retirado do Público online de hoje
por espera de tratamento na Dinamarca
Os dinamarqueses doentes de cancro e que não foram tratados no prazo máximo de espera previsto, muitas vezes com prejuízo para o seu estado de saúde, vão poder ser indemnizados, determinou ontem o grupo responsável por fixar as compensações a que vão ter direito.
"É possível que esta demora tenha custado a vida a algumas pessoas", alega esta entidade, que terá agora de decidir para cada um dos doentes a gravidade das consequências da falha do sistema de saúde dinamarquês.De acordo com um diário local, citado pela AFP, o montante das indemnizações poderá variar entre as 30 mil coroas dinamarquesas (cerca de quatro mil euros) e "muitos milhões de coroas".
Na Dinamarca, um doente com cancro deve ser tratado normalmente num espaço máximo de quatro semanas. Mas há muitas pessoas que têm de esperar oito a dez semanas, lê-se na edição electrónica do Politiken. No caso dos doentes já falecidos, serão os familiares mais próximos a receber a indemnização.
Retirado do Público online de hoje
quinta-feira, novembro 30, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
Cesariny (1923-2006)
ditirambo
Meu maresperantotòtémico
minha màlanimatógrafurriel
minha noivadiagem serpente
meu èliòtròpolipo polar
meu fiambre de sol de roseira
minha musa amiantulipálida
meu lustrefrenado céu grande
minha afiàurora-manhã
minha fôgoécia de estátuas
minha lábioquimia cerrada
minha ponta na terra meu arsgrima
meu diamantermita acordado!
Pena Capital
Meu maresperantotòtémico
minha màlanimatógrafurriel
minha noivadiagem serpente
meu èliòtròpolipo polar
meu fiambre de sol de roseira
minha musa amiantulipálida
meu lustrefrenado céu grande
minha afiàurora-manhã
minha fôgoécia de estátuas
minha lábioquimia cerrada
minha ponta na terra meu arsgrima
meu diamantermita acordado!
Pena Capital
terça-feira, novembro 28, 2006
Cesariny (1923-2006)
poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
domingo, novembro 26, 2006
Agenda Cesariny
Cesariny (1923-2006)
you are welcome to elsinore *
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos a morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever de falar
Mário Cesariny, Pena Capital
*Elsinore: onde a acção do Hamlet, de Shakespeare, se passa e onde ocorre o seguinte diálogo:
"Polonius: (...) What do you read, my lord?
Hamlet: Words, words, words."
sábado, novembro 25, 2006
Banda Sonora
Funeral de um lavrador -
Chico Buarque
Letra: João Cabral de Melo Neto
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Chico Buarque
Letra: João Cabral de Melo Neto
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Banda Sonora
Tracy Chapman - Talking About A Revolution acoustic
Don't you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Don’t you know
They’re talkin’ about a revolution
It sounds like a whisper
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Poor people gonna rise up
And get their share
Poor people gonna rise up
And take what’s theirs
Don’t you know
You better run, run, run...
Oh I said you better
Run, run, run...
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Don't you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Don’t you know
They’re talkin’ about a revolution
It sounds like a whisper
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Poor people gonna rise up
And get their share
Poor people gonna rise up
And take what’s theirs
Don’t you know
You better run, run, run...
Oh I said you better
Run, run, run...
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
sexta-feira, novembro 24, 2006
Piscina de Inverno
Parece que a piada que sempre dizia quando contava que tinha comprado esta casa ('tem piscina de inverno') se vai concretizar hoje... A água está a vinte metros da casa e o Vougão lá vai subindo paulatina mas seguramente. Já retirámos os livros da sala de baixo, estacionámos o carro mais acima e estamos a pôr sacos de areia à porta.
Daqui a um bocado, vamos acender a lareira e esperar pela visita da água. Não há-de ser nada, né?
Daqui a um bocado, vamos acender a lareira e esperar pela visita da água. Não há-de ser nada, né?
quinta-feira, novembro 23, 2006
Agenda contra os eucaliptos
4º Campo de Trabalho Voluntário no Cabeço Santo
(Serra do Caramulo)
O Projecto “Cabeço Santo” tem como objectivo central a realização de acções que promovam a biodiversidade e minimizem os estragos provocados pela presença de espécies invasoras associadas à ocorrência do fogo, que concorrem para uma dramática degradação da já escassa e pressionada flora espontânea daquele monte. Neste sentido realizaram-se já três Campos de Trabalho Voluntário desde o início de Setembro. O primeiro e o segundo foram exclusivamente dedicados à eliminação de flora invasora, no terceiro fez-se uma sementeira de bolas de sementes numa área antes ocupada por eucaliptos.
Entretanto, e depois de uma empresa madeireira ter retirado a maior parte dos eucaliptos de uma zona plantada do terreno que será em breve adquirido pelo Fundo de Conservação da Quercus, verifica-se que alguns eucaliptos queimados, juntamente com um elevado número de rebentos, foram deixados em zonas mais sensíveis e de mais difícil acesso. Estes eucaliptos e respectivos rebentos devem agora ser retirados, e se o forem o mais cedo possível, maximiza-se a probabilidade de não voltarem a rebentar no próximo ano. Por outro lado, no vale ficou um conjunto muito desordenado de ramos de mimosa que necessitam de ser removidos, sob pena de um futuro controlo das plantas emergentes ficar muito dificultado.
Alguns dos trabalhos a serem realizados requererão a contribuição de pelo menos um homem não voluntário, mas os restantes estão abertos à participação de voluntários. Deste modo, propõe-se a realização de um 4º Campo de Trabalho Voluntário, a realizar no Sábado, 2 de Dezembro. Dado que estamos num período de instabilidade atmosférica, caso o tempo não o permita no dia 2, o Campo passará automaticamente para 9, podendo os inscritos confirmar ou retirar a sua inscrição caso isso se verifique. De referir que, se o tempo o permitir, os trabalhos mais urgentes e estritamente necessários serão realizados, mesmo sem a participação de voluntários, no dia 2.
O almoço e o lanche (no campo) serão fornecidos aos participantes. Quem preferir alimentação vegetariana, deverá assinalar o facto no acto da inscrição. A saída de Aveiro será pelas 8:00 horas (junto à Sede da Quercus) e a partida para o Cabeço Santo, em Belazaima, pelas 9:00 horas (da Junta de Freguesia de Belazaima, sem atraso!). A chegada a Aveiro será cerca das 19:00 horas. As inscrições são gratuitas, devendo ser efectuadas via correio electrónico para aveiro@quercus.pt ou via telefónica para 966551372, indicando o nome completo, contacto telefónico, data de nascimento e freguesia de residência. Também deverá indicar se necessita de transporte para Belazaima.
Participem e Divulguem!
Núcleo Regional de Aveiro da Quercus - A.N.C.N.
Correio-p: Apartado 363; 3811-905 AVEIRO;
Correio-e: mailto:aveiro@quercus.pt;
W.W.W. U.R.L.: http://aveiro.quercus.pt
Sede: Urb. de Santiago, Bl. 25 - R/C F, Aveiro;
Abertura: segundas, terças e quintas, das 19h às 20h;
Tel.: 966551372.
Abertura: segundas, terças e quintas, das 19h às 20h;
Tel.: 966551372.
(recebido por mail e reproduzido sem autorização prévia, mas como é por uma boa causa...)
Sublinhados
Discurso contra o Lirismo
Meus senhores:
Tomo a palavra por um dever de consciência e peço toda a vossa atenção, porque vou dizer coisas muito sérias. Penso que chegou a hora de definir posições, de tomar partido por ou contra, para que se extremem os campos e cada um de nós conheça o lugar que ocupa. É imperioso. É urgente. É inadiável. E espero firmemente que saiamos daqui mais seguros das nossas certezas e sabendo, de uma vez por todas, onde estão e quem são os nossos adversários.
Anda por aí, em inesperada revivescência, contrariando e minando os nossos esforços para a objectividade e a frieza, sem as quais nada de útil se pode construir, uma antiga doença que fez muito mal ao mundo em tempos passados. Falo do lirismo. Afirmo que é uma doutrina perniciosa. Perniciosos são os seus propagadores, sujeitos doentíssimos, intoxicados, verdadeiros focos ambulantes de infecção. Chamam-se a si próprios poetas. É também esse o nome que lhes damos, mas, felizmente, nós conseguimos, por um disciplinado trabalho das cordas vocais, ajudado por uma certa expressão do rosto, transformar essa palavra em injúria. Que eles merecem, diga-se de passagem.
Torno a pedir a vossa atenção. Não gosto de vos ver distraídos, só porque o sol está realmente bonito e anda ali um pombo a esvoaçar. Os pombos, tenho-o dito muitas vezes, são mais nocivos do que se julga. Lá fora, isso foi reconhecido. Tomaram-se providências adequadas para salvaguarda dos monumentos e da saúde pública.
Mas volto aos poetas, agora que o contínuo desta sociedade já fechou as janelas. Os poetas deviam ser eliminados, pura e simplesmente. Impõem-se atitudes drásticas, radicais, que não deixem pedra sobre pedra, quer dizer, verso sobre verso. Esta gente distribui papéis onde aparecem certas palavras que deveriam ser riscadas dos dicionários. Direi algumas, embora a minha formação espiritual se revolte contra a violência a que, por dever de objectividade, me obrigo. Amor, esperança, saudade, rosa, mar – eis algumas dessas palavras. Uma pequena amostra de um vocabulário decadente, inoportuno, direi mesmo subversivo. Como se isto não bastasse, os poetas (notaram a maneira como eu articulei a palavra?) tiram da sua maliciosa actividade uma não sei que insuportável arrogância, um desdém olímpico que nos faz estremecer de indignação. Alguns cobrem-se com uma capa de modéstia e de humildade que, à primeira vista, engana. São os piores. Com o seu ar de mansidão, que, dizem eles, lhes vem de um particular conhecimento do mundo, aliciam alguns dos nossos melhores elementos, pervertem-nos, desviam-nos das tarefas essenciais. Afirmam eles que também sabem alguma coisa de tarefas essenciais. Desconfiai, amigos. Entre nós e eles nada há de comum. O poeta é o nosso inimigo principal. Só quando conseguirmos arrancar esta lepra da face da terra poderemos viver em paz.
Sei que estou sendo escutado com atenção, que cada palavra que profiro reforça a nossa unidade, mas não posso deixar de notar uma certa (como direi?), uma certa flutuação na sala. Não posso compreender a atitude de alguns presentes que seguem com os olhos o fumo dos cigarros. Ou é distracção, ou perversão, ou nenhum respeito pelo conferencista. De qualquer modo, é lamentável. Também não sei que interesse encontram na garrafa da água. Por mim, não vejo nela mais do que uns efeitos de luz, refracções luminosas que qualquer manual de física elementar explica. E declaro que me está a irritar a cantoria dos pássaros (ou serão crianças?) que vem lá de fora. E esse senhor, ao fundo, que foi que lhe deu, para se pôr agora a sorrir? E o senhor, sim, o senhor, por que se levanta e vai abrir as janelas? Para que é este sol? E o verde dessas árvores? E por que não se calam as crianças? Ou serão pássaros?
Meus senhores, sinto-me profundamente desgostoso. A sessão está encerrada. Tenho dito.
José Saramago, Deste Mundo e do Outro
Meus senhores:
Tomo a palavra por um dever de consciência e peço toda a vossa atenção, porque vou dizer coisas muito sérias. Penso que chegou a hora de definir posições, de tomar partido por ou contra, para que se extremem os campos e cada um de nós conheça o lugar que ocupa. É imperioso. É urgente. É inadiável. E espero firmemente que saiamos daqui mais seguros das nossas certezas e sabendo, de uma vez por todas, onde estão e quem são os nossos adversários.
Anda por aí, em inesperada revivescência, contrariando e minando os nossos esforços para a objectividade e a frieza, sem as quais nada de útil se pode construir, uma antiga doença que fez muito mal ao mundo em tempos passados. Falo do lirismo. Afirmo que é uma doutrina perniciosa. Perniciosos são os seus propagadores, sujeitos doentíssimos, intoxicados, verdadeiros focos ambulantes de infecção. Chamam-se a si próprios poetas. É também esse o nome que lhes damos, mas, felizmente, nós conseguimos, por um disciplinado trabalho das cordas vocais, ajudado por uma certa expressão do rosto, transformar essa palavra em injúria. Que eles merecem, diga-se de passagem.
Torno a pedir a vossa atenção. Não gosto de vos ver distraídos, só porque o sol está realmente bonito e anda ali um pombo a esvoaçar. Os pombos, tenho-o dito muitas vezes, são mais nocivos do que se julga. Lá fora, isso foi reconhecido. Tomaram-se providências adequadas para salvaguarda dos monumentos e da saúde pública.
Mas volto aos poetas, agora que o contínuo desta sociedade já fechou as janelas. Os poetas deviam ser eliminados, pura e simplesmente. Impõem-se atitudes drásticas, radicais, que não deixem pedra sobre pedra, quer dizer, verso sobre verso. Esta gente distribui papéis onde aparecem certas palavras que deveriam ser riscadas dos dicionários. Direi algumas, embora a minha formação espiritual se revolte contra a violência a que, por dever de objectividade, me obrigo. Amor, esperança, saudade, rosa, mar – eis algumas dessas palavras. Uma pequena amostra de um vocabulário decadente, inoportuno, direi mesmo subversivo. Como se isto não bastasse, os poetas (notaram a maneira como eu articulei a palavra?) tiram da sua maliciosa actividade uma não sei que insuportável arrogância, um desdém olímpico que nos faz estremecer de indignação. Alguns cobrem-se com uma capa de modéstia e de humildade que, à primeira vista, engana. São os piores. Com o seu ar de mansidão, que, dizem eles, lhes vem de um particular conhecimento do mundo, aliciam alguns dos nossos melhores elementos, pervertem-nos, desviam-nos das tarefas essenciais. Afirmam eles que também sabem alguma coisa de tarefas essenciais. Desconfiai, amigos. Entre nós e eles nada há de comum. O poeta é o nosso inimigo principal. Só quando conseguirmos arrancar esta lepra da face da terra poderemos viver em paz.
Sei que estou sendo escutado com atenção, que cada palavra que profiro reforça a nossa unidade, mas não posso deixar de notar uma certa (como direi?), uma certa flutuação na sala. Não posso compreender a atitude de alguns presentes que seguem com os olhos o fumo dos cigarros. Ou é distracção, ou perversão, ou nenhum respeito pelo conferencista. De qualquer modo, é lamentável. Também não sei que interesse encontram na garrafa da água. Por mim, não vejo nela mais do que uns efeitos de luz, refracções luminosas que qualquer manual de física elementar explica. E declaro que me está a irritar a cantoria dos pássaros (ou serão crianças?) que vem lá de fora. E esse senhor, ao fundo, que foi que lhe deu, para se pôr agora a sorrir? E o senhor, sim, o senhor, por que se levanta e vai abrir as janelas? Para que é este sol? E o verde dessas árvores? E por que não se calam as crianças? Ou serão pássaros?
Meus senhores, sinto-me profundamente desgostoso. A sessão está encerrada. Tenho dito.
José Saramago, Deste Mundo e do Outro
quarta-feira, novembro 22, 2006
Festa da Música
O que é a Cultura? Para que serve? Quem a utilizada? Tem que ser grátis, e/ou subsídiada?
É verdade que o "povo" português, num todo, é ignorante culturalmente? Que não frequenta museus, teatros, cinema, exposições, lançamentos de livros....? Isto tudo é verdade?
E o que dizer do sucesso do Museu de Serralves? Caso único?! Será? E a FESTA DA MÚSICA em Lisboa? E a biblioteca de Guimarães? E tantos outros exemplos pelo país, casos isolados?
Todos os anos ouço, vejo na televisão que os bilhetes para a Festa da Música em Lisboa esgotam (em muitos concertos uns dias antes) rápidamente. Era um caso de sucesso. Um caso impar, para um país ignorante (?)
Se o projecto da Festa da Música tinha muita audiência, por que razão acabar com o que está bem?
Segundo a ministra da Cultura (?) não é por causa dos cortes orçamentais, mas sim criar um novo projecto. Será isto credível?
Onde estão as reacções, como as que se fizeram com o Rivoli, no Porto?
É verdade que o "povo" português, num todo, é ignorante culturalmente? Que não frequenta museus, teatros, cinema, exposições, lançamentos de livros....? Isto tudo é verdade?
E o que dizer do sucesso do Museu de Serralves? Caso único?! Será? E a FESTA DA MÚSICA em Lisboa? E a biblioteca de Guimarães? E tantos outros exemplos pelo país, casos isolados?
Todos os anos ouço, vejo na televisão que os bilhetes para a Festa da Música em Lisboa esgotam (em muitos concertos uns dias antes) rápidamente. Era um caso de sucesso. Um caso impar, para um país ignorante (?)
Se o projecto da Festa da Música tinha muita audiência, por que razão acabar com o que está bem?
Segundo a ministra da Cultura (?) não é por causa dos cortes orçamentais, mas sim criar um novo projecto. Será isto credível?
Onde estão as reacções, como as que se fizeram com o Rivoli, no Porto?
terça-feira, novembro 21, 2006
desinspirações
seis coisas que não interessam nem ao menino jesus:
1. Odeio despertadores!
2. Adio sempre o momento de ir dormir, seja lá a que horas tenha que me levantar no dia seguinte.
3. Gostava de saber distinguir pelo nome os pássaros uns dos outros - e as árvores também.
4. O meu sonho climatérico: acompanhar o Verão numa volta "eterna" ao mundo. Detesto frio.
5. Detesto gente que, em vez de conversar, monologa.
6. Gostava de gostar de arrumar, passar a ferro, limpar, cozinhar, etc. Mas não gosto.
Passo este desafio vindo da Mary há séculos para: o Medronho, a Fabi, Venus as a Boy e Major Tom, à I e se mais alguém quiser também pode...
1. Odeio despertadores!
2. Adio sempre o momento de ir dormir, seja lá a que horas tenha que me levantar no dia seguinte.
3. Gostava de saber distinguir pelo nome os pássaros uns dos outros - e as árvores também.
4. O meu sonho climatérico: acompanhar o Verão numa volta "eterna" ao mundo. Detesto frio.
5. Detesto gente que, em vez de conversar, monologa.
6. Gostava de gostar de arrumar, passar a ferro, limpar, cozinhar, etc. Mas não gosto.
Passo este desafio vindo da Mary há séculos para: o Medronho, a Fabi, Venus as a Boy e Major Tom, à I e se mais alguém quiser também pode...
segunda-feira, novembro 20, 2006
O fim do curto verão, o fim do sonho
Buenaventura Durrutti
14.07.96 - 20.11.36
Hijos del pueblo
Hijo del pueblo,
te oprimen cadenas,
y esa injusticia no puede seguir;
si tu existencia es un mundo de penas
antes que esclavo prefiere morir.
En la batalla, la hiena fascista.
por nuestro esfuerzo sucumbirá;
y el pueblo entero, con los anarquistas,
hará que triunfe la libertad.
Trabajador, no más sufrir,
el opresor ha de sucumbir.
Levántate, pueblo leal,
al grito de revolución social.
Fuerte unidad de fe y de acción
producirá la revolución.
Nuestro pendón uno ha de ser:
sólo en la unión está el vencer.
(Para ouvir clicar aqui e esperar pacientemente que o intróito instrumental passe:
http://idd003x0.eresmas.net/mp3/Hijos%20del%20Pueblo.mp3)
quinta-feira, novembro 16, 2006
Sublinhados
"Podes argumentar que César planeia muitas reformas que serão benéficas.(...) Só posso alertar para o seguinte: os meios pelos quais uma reforma é efectuada podem vir a negar os benefícios que, em outras circunstâncias, essa reforma poderia trazer. (...) César pode continuar a exibir o seu respeito pelas instituições enquanto as vai minando por dentro."
in César, de Alan Massie, trad. Armando Silva Cravalho
Será que algum dos nossos cinco leitores pode fazer chegar estas observações do General Labieno a algum membro razoável do governo? Obrigada.
Já agora, se algum dos leitores conhecer alguém da editora Gradiva, transmitam esta mensagem: investir num bom tradutor e esquecerem-se de contratar um revisor de texto é um disparate que só nos pode fazer querer deitar o livro que estamos a ler ao lixo e nunca mais comprar nenhum editado por essa chancela? Obrigadinha também - não é tão importante mas se as editoras fossem mais cuidadosas eu às vezes era mais feliz...
in César, de Alan Massie, trad. Armando Silva Cravalho
Será que algum dos nossos cinco leitores pode fazer chegar estas observações do General Labieno a algum membro razoável do governo? Obrigada.
Já agora, se algum dos leitores conhecer alguém da editora Gradiva, transmitam esta mensagem: investir num bom tradutor e esquecerem-se de contratar um revisor de texto é um disparate que só nos pode fazer querer deitar o livro que estamos a ler ao lixo e nunca mais comprar nenhum editado por essa chancela? Obrigadinha também - não é tão importante mas se as editoras fossem mais cuidadosas eu às vezes era mais feliz...
Agenda
PALESTRA
tema. BIODIESEL
palestrante. Professora Doutora Mª da Conceição Alvim Ferraz
data. 17 Novembro 2006
local. Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
organização. Universidade Sénior de Santa Maria da Feira
tema. BIODIESEL
palestrante. Professora Doutora Mª da Conceição Alvim Ferraz
data. 17 Novembro 2006
local. Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
organização. Universidade Sénior de Santa Maria da Feira
Publicar um livro
Queres publicar um livro mas é difícil "furar" o sistema que as editoras controlam?
Então vai aqui:
www.lulu.com
Se quiseres ver um exemplo, espreita esta recomendação feita por um amigo meu sobre o livro de um amigo seu.
Então vai aqui:
www.lulu.com
Se quiseres ver um exemplo, espreita esta recomendação feita por um amigo meu sobre o livro de um amigo seu.
quarta-feira, novembro 15, 2006
Metáfora
Voando sobre um Ninho de Cucos (1975), de Milos Forman
Por aqui perto não há grande cinema (ainda que haja grandes cinemas...) e na semana passada eu, a minha cara-metade e as gatas (grandes apreciadoras de cinema - ou será de donos sentados durante horas no sofá?...) vimos o "Voando Sobre um Ninho de Cucos" que encontrámos, não sem surpresa, num vídeoclube de Albergaria-a-Velha.
Confesso que as expectativas não eram muitas nem grandes, mas às vezes é melhor assim.
É um filme com várias leituras possíveis, sendo uma das mais interesantes o facto de constituir uma excelente metáfora sobre a liberdade: há os que estão no manicómio porque assim alguém decidiu por eles e nem sabem bem que estão lá; há os que escolhem estar "presos por vontade" (como diria o Camões); e há o que não quer estar preso e procura mostrar aos outros o que é a liberdade, sendo vítima da sua loucura (prometaica?). No interim, contagia com esse desejo de liberdade o mais confinado, ainda que o mais livre de todos: o "selvagem" índio de quem nada se espera, porém o único que tem coragem para ser livre. A diferença entre o Índio e os outros parece ser a de aquele conseguiu manter o seu espírito sempre livre.
Pode alguém que sempre viveu com cadeias na mente ser livre algum dia? É esta uma das questões que o filme coloca: Billy é livre de sair quando quiser, mas não é capaz da abandonar as certezas e a rotina do dia-a-dia monótono e certo como a morte no momento em que a liberdade lhe é oferecida numa bandeja. O medo das consequências do desafio que constituirá a sua atitude atam-lhe a vontade. Acobarda-se. Quem vê o filme fica desiludido, não era para aqui que a narrativa nos parecia querer levar, queríamos um fim mais optimista. É que se pensarmos no que acontecerá ao bom selvagem que se evade, acabaremos por não ver um futuro assim tão radioso nessa sua opção.
A liberdade será um beco sem saída?
P.S. Filme a rimar com o magnífico "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley.
quinta-feira, novembro 09, 2006
Greve
É só para dizer que hoje, e amanhã estou em GREVE.
É um direito conquistado por muita BOA gente, durante décadas. É um direito é que me assiste.
É um direito conquistado por muita BOA gente, durante décadas. É um direito é que me assiste.
Passar palavra
O Instituto Português de Oncologia (IPO) está a angariar filmes VHS ou DVD para os doentes da unidade de transplantes que estão em isolamento.
«São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento», explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira. A «falta de "stocks"» torna necessária a ajuda da população:«Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que nãotêm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos»,acrescenta.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a «comédia». Numa altura menos feliz das suas vidas, «um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital». Rir é sempre um bom remédio.
As cassetes de vídeo ou DVD's antigos podem ser enviadas para:
Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
A/C SrªEnfªElsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto
1093 Lisboa Codex
Ou então, informe-se pelo telefone: 21 726 67 85
p.s. agradeço à Nogueira pela informação.
«São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento», explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira. A «falta de "stocks"» torna necessária a ajuda da população:«Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que nãotêm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos»,acrescenta.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a «comédia». Numa altura menos feliz das suas vidas, «um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital». Rir é sempre um bom remédio.
As cassetes de vídeo ou DVD's antigos podem ser enviadas para:
Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
A/C SrªEnfªElsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto
1093 Lisboa Codex
Ou então, informe-se pelo telefone: 21 726 67 85
p.s. agradeço à Nogueira pela informação.
terça-feira, novembro 07, 2006
sábado, novembro 04, 2006
Boatos?
Parece que a livraria Navio de Espelhos (Aveiro) fechou as portas sem pagar aos fornecedores, alguns deles pequenos editores a quem o dinheiro que lhes é devido muita falta lhes faz para continuarem a publicar o que não dá lucro às grandes editoras...
Tão boas intenções, tão bons projectos e nem se honram os compromissos? Está mal.
Tão boas intenções, tão bons projectos e nem se honram os compromissos? Está mal.
Agustina e Rembrandt
sexta-feira, novembro 03, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
Sublinhados
"Esses portugueses de que você fala, que descobriram, colonizaram e criaram, somos nós, os brasileiros. Vocês são os descendentes dos que ficaram, dos tímidos, dos fracos, dos incapazes".
Cecília Meireles apud Jorge Dias, Estudos de Antropologia, vol 1, Lisboa 1990, p. 268
Foi o João B. que me enviou esta citação, da qual muito gostei. Li-a e pareceu-me que era uma excelente descrição da alma lusa.
Cecília Meireles apud Jorge Dias, Estudos de Antropologia, vol 1, Lisboa 1990, p. 268
Foi o João B. que me enviou esta citação, da qual muito gostei. Li-a e pareceu-me que era uma excelente descrição da alma lusa.
terça-feira, outubro 31, 2006
Estado - Leviatã
Que futuro para o Estado?
As últimas coordenadas "enviadas" pela União Europeia afirmam que o Estado deve liberalizar os seus "serviços". Ou seja, quer que o Estado ceda o seu normal funcionamento aos privados.
Tudo o que estava nas mãos do serviço público(Estado)deve passar para a mão dos privados, ex: água, luz, saúde, estradas, estaleiros, transportes, saneamento, educação, seguros, bancos....
TUDO que mexa com a bem comum deixará de pertencer ao Estado.
Assim sendo: Para que serve o Estado?
Para regular o bom funcionamento do sistema "liberal"? ditar as regras? vigiar?
Aos poucos e pouco deixamos(?)de ter um Estado social. Um Estado interventivo. E passamos a ter um Estado figurante.
Falta pouco!
Nietzsche matou dEUS. Quem matou o Estado?
p.s.: a LER...
Estado
Leviatã
As últimas coordenadas "enviadas" pela União Europeia afirmam que o Estado deve liberalizar os seus "serviços". Ou seja, quer que o Estado ceda o seu normal funcionamento aos privados.
Tudo o que estava nas mãos do serviço público(Estado)deve passar para a mão dos privados, ex: água, luz, saúde, estradas, estaleiros, transportes, saneamento, educação, seguros, bancos....
TUDO que mexa com a bem comum deixará de pertencer ao Estado.
Assim sendo: Para que serve o Estado?
Para regular o bom funcionamento do sistema "liberal"? ditar as regras? vigiar?
Aos poucos e pouco deixamos(?)de ter um Estado social. Um Estado interventivo. E passamos a ter um Estado figurante.
Falta pouco!
Nietzsche matou dEUS. Quem matou o Estado?
p.s.: a LER...
Estado
Leviatã
sexta-feira, outubro 27, 2006
Publicidade à poesia
Entrevista na página 10 do "Mil Folhas" ao poeta José Miguel Silva (autor do poema anterior e do blogue Ad loca Infecta).
Recensão crítica sobre o livro (Movimentos no Escuro) de onde o poema foi retirado na página 11.
quarta-feira, outubro 25, 2006
Sublinhados
FEIOS, PORCOS E MAUS
-ETTORE SCOLA
Compram aos catorze a primeira gravata
com as cores do partido que melhor os ilude.
Aos quinze fazem por dar nas vistas no congresso
da jota, seguem a caravana das bases, aclamam
ou apupam pelo cenho das chefias, experimentam
o bailinho das federações de estudantes.
Sempre voluntariosos, a postos sempre,
para as tarefas de limpeza após o combate.
São os chamados anos de formação. Aí aprendem
a compor o gesto, a interpretar humores,
a mentir honestamente, aí aprendem a leveza
das palavras, a escolher o vinho, a espumar
de sorriso nos dentes, o sim e o não
mais oportunos. Aos vinte já conhecem
pelo faro o carisma de uns, a menos valia
de outros, enquanto prosseguem vagos estudos
de Direito ou de Economia. Começam, depois
disso, a fazer valer o cartão de sócio: estão à vista
os primeiros cargos, há trabalho de sapa pela frente,
é preciso minar, desminar, intrigar, reunir.
Só os piores conseguem ultrapassar esta fase.
Há então quem vá pelos municípios, quem prefira
os organismos públicos - tudo depende do golpe
de vista ou dos patrocínios que se tem ou não.
Aos trinta e dois é bem o momento de começar
a integrar as listas, de preferência em lugar
elegível, pondo sempre a baixeza acima de tudo.
A partir do Parlamento, tudo pode acontecer:
director de empresa municipal, coordenador de,
acessor de ministro, ministro, embaixador na Provença,
presidente da Caixa, da PT, da PQP e, mais à frente
(jubileu e corolário de solvente carreira),
o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol.
No final, para os mais obstinados, pode haver
nome de rua (com ou sem estátua) e flores
de panegírico, bombardas, fanfarras de formal.
José Miguel Silva
in: MOVIMENTOS NO ESCURO
Relógio D'Água, 2005 - Lisboa
P.S. Sendo desta massa que os nossos políticos são feitos, porque insistimos em querer que voem? Razão tem o Zimbro, os eleitores é que têm que mudar.
-ETTORE SCOLA
Compram aos catorze a primeira gravata
com as cores do partido que melhor os ilude.
Aos quinze fazem por dar nas vistas no congresso
da jota, seguem a caravana das bases, aclamam
ou apupam pelo cenho das chefias, experimentam
o bailinho das federações de estudantes.
Sempre voluntariosos, a postos sempre,
para as tarefas de limpeza após o combate.
São os chamados anos de formação. Aí aprendem
a compor o gesto, a interpretar humores,
a mentir honestamente, aí aprendem a leveza
das palavras, a escolher o vinho, a espumar
de sorriso nos dentes, o sim e o não
mais oportunos. Aos vinte já conhecem
pelo faro o carisma de uns, a menos valia
de outros, enquanto prosseguem vagos estudos
de Direito ou de Economia. Começam, depois
disso, a fazer valer o cartão de sócio: estão à vista
os primeiros cargos, há trabalho de sapa pela frente,
é preciso minar, desminar, intrigar, reunir.
Só os piores conseguem ultrapassar esta fase.
Há então quem vá pelos municípios, quem prefira
os organismos públicos - tudo depende do golpe
de vista ou dos patrocínios que se tem ou não.
Aos trinta e dois é bem o momento de começar
a integrar as listas, de preferência em lugar
elegível, pondo sempre a baixeza acima de tudo.
A partir do Parlamento, tudo pode acontecer:
director de empresa municipal, coordenador de,
acessor de ministro, ministro, embaixador na Provença,
presidente da Caixa, da PT, da PQP e, mais à frente
(jubileu e corolário de solvente carreira),
o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol.
No final, para os mais obstinados, pode haver
nome de rua (com ou sem estátua) e flores
de panegírico, bombardas, fanfarras de formal.
José Miguel Silva
in: MOVIMENTOS NO ESCURO
Relógio D'Água, 2005 - Lisboa
P.S. Sendo desta massa que os nossos políticos são feitos, porque insistimos em querer que voem? Razão tem o Zimbro, os eleitores é que têm que mudar.
Impostos
Para que servem os IMPOSTOS?
Será para pagar a saúde? As estradas? A educação? A cultura?....
No ano em que se arrecadou mais dinheiro em Impostos, o orçamento de Estado é menor em investimentos. Para onde foi/vai todo o dinheiro?
Já sei, foi/vai para pagar as dívidas da Banca ao Estado. Para pagar prémios aos gestores públicos, aos partidos políticos...
Será para pagar a saúde? As estradas? A educação? A cultura?....
No ano em que se arrecadou mais dinheiro em Impostos, o orçamento de Estado é menor em investimentos. Para onde foi/vai todo o dinheiro?
Já sei, foi/vai para pagar as dívidas da Banca ao Estado. Para pagar prémios aos gestores públicos, aos partidos políticos...
terça-feira, outubro 24, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
Maria Antonieta
Ontem fui ver o último filme da Sofia Coppola.
A banda sonora é de mais. Principalmente os New Order.
A não perder!
p.s.: é um filme (quase) biográfico.
sábado, outubro 21, 2006
Da educação
Desinvestimento
São José Almeida (Público de hoje)
Qual o objectivo do ministério? Transformar as escolas em fábricas de salsichas e introduzir prémios de produtividade? Criar uma espécie de stakonovismo pedagógico?
O Orçamento do Estado para 2007 apresenta uma opção política de redução da despesa pública com a função social do Estado, que se manifesta sobretudo no orçamento para a Educação, contemplado com menos 4,2 por cento das verbas do ano passado. Esta opção vem confirmar as teses que afirmam que as políticas adoptadas pelo Ministério da Educação, nomeadamente o novo Estatuto da Carreira Docente, têm como objectivo apenas e só a redução de custos e como base uma visão economicista da sociedade.
Nem de propósito, esta opção política é oficializada no Orçamento do Estado na mesma semana em que os professores realizaram uma greve de dois dias, considerada a maior de sempre no sector. Isto, depois de se terem reunido naquela que foi vista como a maior manifestação de professores e que juntou, segundo a polícia, mais de 25 mil docentes, muitos dos quais nunca se tinham manifestado. Uma greve e uma manifestação que surgem, assim, como um grito de revolta contra uma opção política que mexe profundamente com o tipo de sociedade que estamos a construir. E a que o poder político devia dar atenção, em vez de reagir com atitudes desesperadas como o patético comunicado do Ministério da Educação, "saudando os professores que não aderiram à greve", ou com uma retórica "reformista". Para depois, o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, vir anunciar, numa inqualificável chantagem sobre os sindicatos e os professores, que o ministério altera o estatuto, se não houver mais protestos. Mais: José Sócrates não deveria confundir a nuvem com Juno: os elogios à actual política de educação têm todos origem na mesma área ideológica, o que deveria ser motivo de reflexão por parte do Governo socialista e do PS.Esta opção política, de inspiração economicista e neoliberal, pelo desinvestimento público na educação - para que a médio, longo prazo se abra a porta à sua privatização, através, por exemplo do cheque-ensino? - tem sido apresentada como uma forma de melhorar o ensino público e tem apostado na estigmatização dos professores e na tentativa de os apresentar como "os maus da fita" e os responsáveis por todos os males da escola pública, como se as escolas e os professores não obedecessem a directivas do ministério.
Mas a atitude que o Governo adopta contém problemas graves que não se prendem só com a forma de tratamento dos professores, mas também com o conteúdo. E deste, o que é já transparente é que o objectivo, nomeadamente do novo estatuto, não é o bem dos alunos, a aprendizagem dos alunos, o sucesso escolar dos alunos. Vendido como uma forma de disciplinar, de meter na ordem os professores, apresentados como preguiçosos, o novo estatuto cria critérios que são questionáveis dentro de uma lógica de mero bom senso e de noção de bem público. Por que razão, por exemplo, só um terço dos professores pode atingir o escalão de "professor titular" (deixemos por comentar o ridículo da designação)? Qual o critério pedagógico para esta quota de um terço? Ou estamos de facto apenas perante um critério economicista de diminuir custos salariais com os professores?E não se venha de novo com a demagogia feita pelo primeiro-ministro, ao dizer que também nem todos os militares podem ser generais. A classe docente não é as forças armadas e a escola não é um quartel - simplificações deste tipo só podem denotar má-fé e falta de seriedade na discussão.
Esta lógica economicista de gerir a escola pública - procurando aplicar-lhe critérios empresariais de avaliação - é expressa num outro ponto do estatuto, o da avaliação dos professores para progressão na carreira. Aqui, a questão polémica não é só a do princípio demagógico e basista do "utente-avaliador", que perpassa na proposta de os encarregados de educação avaliarem os professores. É, sobretudo, o facto de o sucesso escolar dos alunos contar para a progressão na carreira - uma ideia que agora o secretário de Estado admite rever na chantagem que lançou sobre os professores. Qual o objectivo do ministério com esta regra? Transformar as escolas em fábricas de salsichas e introduzir prémios de produtividade? Criar uma espécie de stakonovismo pedagógico?
Será que vamos ter um sistema de ensino assumidamente discriminatório, com escolas boas e escolas guetos, separadas pela linha do sucesso escolar em rankings de separação de classe? Será que vamos assumir que há escolas em que as meninas e meninos de classe média e classe média alta, que frequentam certas escolas, serão os alunos de sucesso com professores classe A, que assim progridem na carreira e sobem ao seu topo? E depois as escolas-problema, com os alunos com dificuldades de aprendizagem, de adaptação, de inserção social, com os alunos de famílias atingidas pelo desemprego, pelo alcoolismo, pela toxicodependência, pelos problemas de disfuncionalidade social, que se reflectem, logicamente, na escola?
As escolas, de meios urbanos ou rurais, em que os problemas sociais são a real razão para o insucesso e o abandono escolar, e nas quais os professores têm de lidar com estes problemas, sem preparação profissional para tal e sem real assistência da Acção Social, que este ano foi mais uma vez reduzida - atribuindo-se um montante que nem sequer chega para comprar todos os manuais escolares, burocratizando-se o acesso à mesma e reduzindo-se o universo dos que a ela têm direito - ou de psicólogos, que continuam a ser pouquíssimos e não chegam para as encomendas. E ainda por cima são estes os professores que vão ficar a marcar passo na carreira, porque não produzem resultados de sucesso, não têm, digamos assim, lucro escolar? Ou vamos fomentar a mentira na atribuição de notas e promover as passagens automáticas, só para contar para as estatísticas de progressão na carreira?
A educação é um direito básico. As escolas em pré-fabricados continuam a aguardar ser substituídas e quase todas a esperar ser devidamente equipadas para que deixe de ser uma raridade os professores terem à sua disposição meios audiovisuais em boas condições e em quantidade suficiente ou simples fotocópias a cores. E a ser possível que no Inverno os alunos não tremam de frio e suem as estopinhas no Verão. Esse devia ser o investimento e não desinvestir-se socialmente com fins economicistas e obedecendo a uma lógica de transformar um direito básico num produto de mercado, criando, como manobra de dissuasão, a estigmatização dos professores.
Partilho com esta senhora, sem a conhecer a não ser de a ler, muitas opiniões sobre o mundo. Dou-me, isso a liberdade de trasncrever na íntegra este seu texto, que subscrevo inteiramente. Sublinhei algumas ideias que me parecem bom pasto para reflexão.
São José Almeida (Público de hoje)
Qual o objectivo do ministério? Transformar as escolas em fábricas de salsichas e introduzir prémios de produtividade? Criar uma espécie de stakonovismo pedagógico?
O Orçamento do Estado para 2007 apresenta uma opção política de redução da despesa pública com a função social do Estado, que se manifesta sobretudo no orçamento para a Educação, contemplado com menos 4,2 por cento das verbas do ano passado. Esta opção vem confirmar as teses que afirmam que as políticas adoptadas pelo Ministério da Educação, nomeadamente o novo Estatuto da Carreira Docente, têm como objectivo apenas e só a redução de custos e como base uma visão economicista da sociedade.
Nem de propósito, esta opção política é oficializada no Orçamento do Estado na mesma semana em que os professores realizaram uma greve de dois dias, considerada a maior de sempre no sector. Isto, depois de se terem reunido naquela que foi vista como a maior manifestação de professores e que juntou, segundo a polícia, mais de 25 mil docentes, muitos dos quais nunca se tinham manifestado. Uma greve e uma manifestação que surgem, assim, como um grito de revolta contra uma opção política que mexe profundamente com o tipo de sociedade que estamos a construir. E a que o poder político devia dar atenção, em vez de reagir com atitudes desesperadas como o patético comunicado do Ministério da Educação, "saudando os professores que não aderiram à greve", ou com uma retórica "reformista". Para depois, o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, vir anunciar, numa inqualificável chantagem sobre os sindicatos e os professores, que o ministério altera o estatuto, se não houver mais protestos. Mais: José Sócrates não deveria confundir a nuvem com Juno: os elogios à actual política de educação têm todos origem na mesma área ideológica, o que deveria ser motivo de reflexão por parte do Governo socialista e do PS.Esta opção política, de inspiração economicista e neoliberal, pelo desinvestimento público na educação - para que a médio, longo prazo se abra a porta à sua privatização, através, por exemplo do cheque-ensino? - tem sido apresentada como uma forma de melhorar o ensino público e tem apostado na estigmatização dos professores e na tentativa de os apresentar como "os maus da fita" e os responsáveis por todos os males da escola pública, como se as escolas e os professores não obedecessem a directivas do ministério.
Mas a atitude que o Governo adopta contém problemas graves que não se prendem só com a forma de tratamento dos professores, mas também com o conteúdo. E deste, o que é já transparente é que o objectivo, nomeadamente do novo estatuto, não é o bem dos alunos, a aprendizagem dos alunos, o sucesso escolar dos alunos. Vendido como uma forma de disciplinar, de meter na ordem os professores, apresentados como preguiçosos, o novo estatuto cria critérios que são questionáveis dentro de uma lógica de mero bom senso e de noção de bem público. Por que razão, por exemplo, só um terço dos professores pode atingir o escalão de "professor titular" (deixemos por comentar o ridículo da designação)? Qual o critério pedagógico para esta quota de um terço? Ou estamos de facto apenas perante um critério economicista de diminuir custos salariais com os professores?E não se venha de novo com a demagogia feita pelo primeiro-ministro, ao dizer que também nem todos os militares podem ser generais. A classe docente não é as forças armadas e a escola não é um quartel - simplificações deste tipo só podem denotar má-fé e falta de seriedade na discussão.
Esta lógica economicista de gerir a escola pública - procurando aplicar-lhe critérios empresariais de avaliação - é expressa num outro ponto do estatuto, o da avaliação dos professores para progressão na carreira. Aqui, a questão polémica não é só a do princípio demagógico e basista do "utente-avaliador", que perpassa na proposta de os encarregados de educação avaliarem os professores. É, sobretudo, o facto de o sucesso escolar dos alunos contar para a progressão na carreira - uma ideia que agora o secretário de Estado admite rever na chantagem que lançou sobre os professores. Qual o objectivo do ministério com esta regra? Transformar as escolas em fábricas de salsichas e introduzir prémios de produtividade? Criar uma espécie de stakonovismo pedagógico?
Será que vamos ter um sistema de ensino assumidamente discriminatório, com escolas boas e escolas guetos, separadas pela linha do sucesso escolar em rankings de separação de classe? Será que vamos assumir que há escolas em que as meninas e meninos de classe média e classe média alta, que frequentam certas escolas, serão os alunos de sucesso com professores classe A, que assim progridem na carreira e sobem ao seu topo? E depois as escolas-problema, com os alunos com dificuldades de aprendizagem, de adaptação, de inserção social, com os alunos de famílias atingidas pelo desemprego, pelo alcoolismo, pela toxicodependência, pelos problemas de disfuncionalidade social, que se reflectem, logicamente, na escola?
As escolas, de meios urbanos ou rurais, em que os problemas sociais são a real razão para o insucesso e o abandono escolar, e nas quais os professores têm de lidar com estes problemas, sem preparação profissional para tal e sem real assistência da Acção Social, que este ano foi mais uma vez reduzida - atribuindo-se um montante que nem sequer chega para comprar todos os manuais escolares, burocratizando-se o acesso à mesma e reduzindo-se o universo dos que a ela têm direito - ou de psicólogos, que continuam a ser pouquíssimos e não chegam para as encomendas. E ainda por cima são estes os professores que vão ficar a marcar passo na carreira, porque não produzem resultados de sucesso, não têm, digamos assim, lucro escolar? Ou vamos fomentar a mentira na atribuição de notas e promover as passagens automáticas, só para contar para as estatísticas de progressão na carreira?
A educação é um direito básico. As escolas em pré-fabricados continuam a aguardar ser substituídas e quase todas a esperar ser devidamente equipadas para que deixe de ser uma raridade os professores terem à sua disposição meios audiovisuais em boas condições e em quantidade suficiente ou simples fotocópias a cores. E a ser possível que no Inverno os alunos não tremam de frio e suem as estopinhas no Verão. Esse devia ser o investimento e não desinvestir-se socialmente com fins economicistas e obedecendo a uma lógica de transformar um direito básico num produto de mercado, criando, como manobra de dissuasão, a estigmatização dos professores.
Partilho com esta senhora, sem a conhecer a não ser de a ler, muitas opiniões sobre o mundo. Dou-me, isso a liberdade de trasncrever na íntegra este seu texto, que subscrevo inteiramente. Sublinhei algumas ideias que me parecem bom pasto para reflexão.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Humor político
O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra, afirmou hoje que a culpa do aumento de 15,7 por cento no preço da electricidade em 2007 é dos consumidores, porque "este défice tem de ser pago por quem o gerou".
Até este ano, a lei impedia uma actualização dos preços acima da inflação, o que deu origem a um défice tarifário que, na opinião de Castro Guerra, "só pode ser imputado aos consumidores".
"São os consumidores que devem este dinheiro. Não é mais ninguém", declarou o governante à rádio TSF. "Este défice tem de ser pago por quem o gerou", disse ainda Castro Guerra.
Retirado do público online.
Como? Repita lá, que eu estou mal de percebas:
1. Então a lei feita por quem elegemos e por quem nos tem governado impedia uma actualização dos preços acima da inflação e agora descobre-se que por causa dessa lei NÓS É QUE DEVEMOS DINHEIRO? Mas devemo-lo a quem? Desculpem, mas se a lei está mal feita não foram os senhores que a fizeram? Fizessem-na melhor.
2. Depois, senhores pseudo-socialistas, já vos ocorreu que há sectores em que não se pode só esperar lucros quando se está à frente de um governo e que o da electricidade é um deles por se tratar de um bem essencial?
3. Este tipo de declarações não é uma auto-desresponsabilização dos políticos?
4. A EDP não é uma das empresas que mais lucros apresenta? Então por que não usar esses lucros para cobrir o "défice tarifário" que nós , malevolamente por certo, criámos?
Até este ano, a lei impedia uma actualização dos preços acima da inflação, o que deu origem a um défice tarifário que, na opinião de Castro Guerra, "só pode ser imputado aos consumidores".
"São os consumidores que devem este dinheiro. Não é mais ninguém", declarou o governante à rádio TSF. "Este défice tem de ser pago por quem o gerou", disse ainda Castro Guerra.
Retirado do público online.
Como? Repita lá, que eu estou mal de percebas:
1. Então a lei feita por quem elegemos e por quem nos tem governado impedia uma actualização dos preços acima da inflação e agora descobre-se que por causa dessa lei NÓS É QUE DEVEMOS DINHEIRO? Mas devemo-lo a quem? Desculpem, mas se a lei está mal feita não foram os senhores que a fizeram? Fizessem-na melhor.
2. Depois, senhores pseudo-socialistas, já vos ocorreu que há sectores em que não se pode só esperar lucros quando se está à frente de um governo e que o da electricidade é um deles por se tratar de um bem essencial?
3. Este tipo de declarações não é uma auto-desresponsabilização dos políticos?
4. A EDP não é uma das empresas que mais lucros apresenta? Então por que não usar esses lucros para cobrir o "défice tarifário" que nós , malevolamente por certo, criámos?
Eu quero, posso e mando
Medronho, em resposta ao teu comentário no poste anterior, é simples: nós pagamos à banca e a banca não paga nada a ninguém, mete ao bolso. A isto cham-se estímulo a um sector pobrezinho e com muito poucos lucros. Os governos pseudo-socialistas e pseudo-sociais-democratas têm muito cuidado com os lucros destes senhores.
Não têm é cuidado nenhum connosco. E sabes porquê? Porque sabem que o português manda vir muitas, mas muitas, postas de pescada no café ou no autocarro mas que não passa disso. Isto é que é triste. Repara na impunidade destes seres pensantes: ontem na apresentação do OGE até anunciaram que os deficientes (nem sei por que é que eles não arranjaram um eufemismo hipócrita mais ao gosto deles para designar este grupo de cidadãos) iriam pagar mais imposto! Isto num país em que nada ou quase nada é construído a pensar nestes cidadãos que são constantemente atacados nos seus direitos mais básicos, como os da mobilidade ou os do acesso ao emprego. Depois ainda tivemos que ouvir o senhor Sócrates, com aquele ar cândido que o diabo lhe deu, dizer que estas medidas se destinavam a promover a justiça social.
Perante estas e outras barabaridades nós, o povo que devia ordenar mais, encolhe os ombros e não exige melhores políticos. Temos a liberdade para o fazer mas preferimos não o fazer. Curioso, não? Eu até diria: assustador.
Não têm é cuidado nenhum connosco. E sabes porquê? Porque sabem que o português manda vir muitas, mas muitas, postas de pescada no café ou no autocarro mas que não passa disso. Isto é que é triste. Repara na impunidade destes seres pensantes: ontem na apresentação do OGE até anunciaram que os deficientes (nem sei por que é que eles não arranjaram um eufemismo hipócrita mais ao gosto deles para designar este grupo de cidadãos) iriam pagar mais imposto! Isto num país em que nada ou quase nada é construído a pensar nestes cidadãos que são constantemente atacados nos seus direitos mais básicos, como os da mobilidade ou os do acesso ao emprego. Depois ainda tivemos que ouvir o senhor Sócrates, com aquele ar cândido que o diabo lhe deu, dizer que estas medidas se destinavam a promover a justiça social.
Perante estas e outras barabaridades nós, o povo que devia ordenar mais, encolhe os ombros e não exige melhores políticos. Temos a liberdade para o fazer mas preferimos não o fazer. Curioso, não? Eu até diria: assustador.
domingo, outubro 15, 2006
Manifestações e autismo
Temos assistido (pouco) nos telejornais, lido nos jornais e ouvido nas rádios que muita gente anda descontente neste país, que há manifestações como desde há décadas não se faziam contra as políticas do senhor Sócrates. E a reacção do senhor Sócrates e dos seus correlegionários de governo é algo como: "há uma manifestação? 'tá bem, abelha."
Este autismo dos eleitos em relação aos eleitores, i.e., em relação a todos quantos foram votar (e não só aos que votaram no PS), lembra o autismo dos tempos do Aníbal. Aposto que o Sócrates anda a receber lições às 5ªs. Concordamos todos que algo tem que mudar neste país que os governos têm sucessivamente desgovernado, mas será necessário tratar tão mal os manifestantes e os votantes? E aqueles votantes que se estão regozijando por finalmente a Função Pública estar a "ter o que merece" não se esqueçam: a Função Pública é o referencial de negociação para o sector privado, quanto pior tratados forem os trabalhadores da função pública, pior o serão os do privado, por arrastamento.
Já agora, se a culpa do desvario das contas públicas não é dos trabalhadores, por que não chamar os políticos que nos governaram e responsabilizá-los criminalmente? Talvez assim, de futuro, os políticos pensassem mais com o cérebro e menos com os amiguismos. Talvez assim, a qualidade de quem nos vai "governando" começasse a mudar. E se é preciso apertar o cinto e poupar dinheiro, para quando a tributação das mais-valias em bolsa, para quando uma verdadeira reforma fiscal? Por que razão tenho eu de pagar tantos impostos directos e indirectos e o meu vizinho do lado só tem que pagar os relacionados com o consumo, apesar de ter um carro que custou mais do que a minha casa e uma casa que custou o preço de 10 carros iguais ao dele? Que raio de governação socialista é esta? Socialista? Em quê? Só se for para roubar aos trabalhadores para dar às grandes empresas, aos bancos e a toda a gente que foge aos impostos,mas beneficia das estradas, dos hospitais, das escolas que EU e outros como eu pagamos.
P.S. A imagem é do Kaos, que há muito nos anda a lembrar de que só as moscas mudaram.
Este autismo dos eleitos em relação aos eleitores, i.e., em relação a todos quantos foram votar (e não só aos que votaram no PS), lembra o autismo dos tempos do Aníbal. Aposto que o Sócrates anda a receber lições às 5ªs. Concordamos todos que algo tem que mudar neste país que os governos têm sucessivamente desgovernado, mas será necessário tratar tão mal os manifestantes e os votantes? E aqueles votantes que se estão regozijando por finalmente a Função Pública estar a "ter o que merece" não se esqueçam: a Função Pública é o referencial de negociação para o sector privado, quanto pior tratados forem os trabalhadores da função pública, pior o serão os do privado, por arrastamento.
Já agora, se a culpa do desvario das contas públicas não é dos trabalhadores, por que não chamar os políticos que nos governaram e responsabilizá-los criminalmente? Talvez assim, de futuro, os políticos pensassem mais com o cérebro e menos com os amiguismos. Talvez assim, a qualidade de quem nos vai "governando" começasse a mudar. E se é preciso apertar o cinto e poupar dinheiro, para quando a tributação das mais-valias em bolsa, para quando uma verdadeira reforma fiscal? Por que razão tenho eu de pagar tantos impostos directos e indirectos e o meu vizinho do lado só tem que pagar os relacionados com o consumo, apesar de ter um carro que custou mais do que a minha casa e uma casa que custou o preço de 10 carros iguais ao dele? Que raio de governação socialista é esta? Socialista? Em quê? Só se for para roubar aos trabalhadores para dar às grandes empresas, aos bancos e a toda a gente que foge aos impostos,mas beneficia das estradas, dos hospitais, das escolas que EU e outros como eu pagamos.
P.S. A imagem é do Kaos, que há muito nos anda a lembrar de que só as moscas mudaram.
quarta-feira, outubro 11, 2006
Sublinhados
" A vida é atroz; sabemos isso. Mas precisamente porque espero pouco da condição humana, os períodos de felicidade, os progressos parciais, os esforços de recomeço e de continuidade parecem-me outros tantos prodígios que compensam quase a massa enorme dos males, dos fracassos, da incúria e do erro. Hão-de vir as catástrofes e as ruínas ; a desordem triunfará, mas também a ordem, por vezes. A paz instalar-se-á de novo entre dois períodos de guerra; as palavras liberdade, humanidade, justiça reencontrarão aqui e ali o sentido que temos tentado dar-lhes."
Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, trad. Maria Lamas
Concordo com Adriano/Yourcenar. Toda a esperança de evolução social tem este limite, mas também esta certeza: os progressos nunca serão definitivos, mas regressarão sempre.
Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, trad. Maria Lamas
Concordo com Adriano/Yourcenar. Toda a esperança de evolução social tem este limite, mas também esta certeza: os progressos nunca serão definitivos, mas regressarão sempre.
Sublinhados
"Duvido de que toda a filosofia do mundo consiga suprimir a escravatura: o mais que poderá suceder é mudarem-lhe o nome. Sou capaz de imaginar formas de servidão piores que as nossas [a escravatura no tempo do imperador romano Adriano], por serem mais insidiosas: seja que consigam transformar os homens em máquinas estúpidas e satisfeitas, que se julgam livres quando estão subjugados, seja que se desenvolvam neles, com exclusão dos repousos e prazeres humanos, um gosto pelo trabalho tão arrebatado como a paixão da guerra entre as raças bárbaras. "
Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar , trad. Maria Lamas
Yourcenar fala aqui da "servidão do espírito ou da imaginação". Quantas vezes nos sentimos nós vítimas desta ignominiosa servidão? Quantas vezes colocamos nós próprios as nossas grilhetas?
Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar , trad. Maria Lamas
Yourcenar fala aqui da "servidão do espírito ou da imaginação". Quantas vezes nos sentimos nós vítimas desta ignominiosa servidão? Quantas vezes colocamos nós próprios as nossas grilhetas?
segunda-feira, outubro 09, 2006
Medo Nuclear
Com a nova afronta de Kim Yong II, no teste nuclear. O medo de um possivel ataque nuclear instalou-se (principalmente) nos países vizinhos: Coreia do Sul, China e Japão.
O meu receio não será tanto do lunático ditador norte coreano, mas sim na venda desta informação a "pequenos" ditadores, fanáticos que pretendam usar contra o Ocidente.
Nós podemos controlar a mudança do clima...
...sem muito esforço: clica aqui e toca a mudar o nosso comportamento um bocadinho. É que o mundo já cá estava quando chegámos e quando sairmos temos que o deixar estimadinho para a geração seguinte.
terça-feira, outubro 03, 2006
Via ecológica
Como produzir biodiesel para usar em automóveis a gasóleo, diminuindo o dinheiro gasto em combustível e diminuindo o nosso impacto sobre o meio ambiente ?
Encontrei um curso sobre esse assunto (graças ao Venus as a boy, obrigada), está aqui:
http://www.troquedeenergia.com/CursoBioDiesel/CursoBioDiesel.php
e nesse sítio há muito mais coisas interessantes!
Encontrei um curso sobre esse assunto (graças ao Venus as a boy, obrigada), está aqui:
http://www.troquedeenergia.com/CursoBioDiesel/CursoBioDiesel.php
e nesse sítio há muito mais coisas interessantes!
segunda-feira, outubro 02, 2006
Sublinhados
1. ... musicais
Vou falar-vos dum curioso personagem: Jeremias, o fora-da-lei
Descendente por linhas travessas do famigerado Zé do Telhado
Jeremias dedicou-se desde tenra idade ao fabrico da bomba caseira
Cuja eloquência sempre o deixou maravilhado
Para Jeremias nada se assemelha à magia da dinamite
A não ser talvez o rugir apaixonado das mais profundas entranhas da terra
Só quando as fachadas dos edificiospúblicos explodirem numa gargalhada
Será realmente pública a lei que as leis encerram
Há quem veja em Jeremiasapenas mais uma vitima da sociedade
Muito embora ele tenha a esse respeito uma opinião bem particular
É que enquanto o criminoso tem uma certa tendência natural p´ra ser vitimado
Jeremias nunca encontrou razões p´ra se culpar
Porque nunca foi a ambição nem a vingança que o levou a desprezar a lei
E jamais lhe passou pela cabeça tentar alterar a constituição
Como um poeta ele desarranja opesadelo p´ra lá dos limites legais
Foragido por amor ao que é belo e por vocação
Jeremias gosta do guarda roupa negro e dos mitos do fora-da-lei
Gosta do calor da aguardente e de se seguir remando contra a maré
Gosta da forma como os homens respeitaveis se engasgam quando falam dele
E da forma como as mulheres murmuram: o fora-da-lei
Gosta de tesouros e mapas sobertudo daqueles que o tempomais mal tratou
Gosta de brincar com o destino e nem o próprio inferno o apavora
Não estando disposto a esperar que a humanidade venha alguma vez a ser melhor
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora.
(cantado pelo Jorge Palma, no Lado Errado da Noite)
2. ...cinematográficos
"we are nihilists, we believe in nothing"
The Big Lebowski, realizado pelos irmãos Cohen
Vou falar-vos dum curioso personagem: Jeremias, o fora-da-lei
Descendente por linhas travessas do famigerado Zé do Telhado
Jeremias dedicou-se desde tenra idade ao fabrico da bomba caseira
Cuja eloquência sempre o deixou maravilhado
Para Jeremias nada se assemelha à magia da dinamite
A não ser talvez o rugir apaixonado das mais profundas entranhas da terra
Só quando as fachadas dos edificiospúblicos explodirem numa gargalhada
Será realmente pública a lei que as leis encerram
Há quem veja em Jeremiasapenas mais uma vitima da sociedade
Muito embora ele tenha a esse respeito uma opinião bem particular
É que enquanto o criminoso tem uma certa tendência natural p´ra ser vitimado
Jeremias nunca encontrou razões p´ra se culpar
Porque nunca foi a ambição nem a vingança que o levou a desprezar a lei
E jamais lhe passou pela cabeça tentar alterar a constituição
Como um poeta ele desarranja opesadelo p´ra lá dos limites legais
Foragido por amor ao que é belo e por vocação
Jeremias gosta do guarda roupa negro e dos mitos do fora-da-lei
Gosta do calor da aguardente e de se seguir remando contra a maré
Gosta da forma como os homens respeitaveis se engasgam quando falam dele
E da forma como as mulheres murmuram: o fora-da-lei
Gosta de tesouros e mapas sobertudo daqueles que o tempomais mal tratou
Gosta de brincar com o destino e nem o próprio inferno o apavora
Não estando disposto a esperar que a humanidade venha alguma vez a ser melhor
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora.
(cantado pelo Jorge Palma, no Lado Errado da Noite)
2. ...cinematográficos
"we are nihilists, we believe in nothing"
The Big Lebowski, realizado pelos irmãos Cohen
Obs. : Acabará o idealismo no niilismo ou em escolher o nosso lugar do lado de fora?
Ou cansar-nos-emos de seguir remando contra a maré e votaremos todos no bloco central?
domingo, outubro 01, 2006
Experiências ecológicas
Este fim de semana fui caminhar com a Quercus, de Aveiro, pelo Vale do Rio Urtigosa, em Arouca.
Foi mais um daqueles dias de muita conversa boa e muito contacto com a natureza. Soube bem esperar a chuva e não chover, sentir o aroma das vindimas por todo o lado, ver árvores que não fossem eucaliptos, conviver com pessoas de diferentes idades e interesses. Soube muito bem ver o Outono de dedos vermelhos a tocar as parras e algumas árvores e imaginar que aquele percurso, quando o Outono perder a timidez, será ainda mais belo de fazer. Adoro estas experiências e recomendo (as caminhadas com a Quercus são muito fáceis, havia crianças de oito anos e gente de cabelos brancos, tendo ainda a vantagem de haver alguém que nos vai dando umas informações sobre a fauna e a flora ou mesmo sobre certas características da região). Estão a ouvir, amiguinhos-que-dizem-que gostavam-de-se-meter-nestas-coisas-mas que-não-têm-pernas?
Esta caminhada teve ainda a mais valia de me permitir ficar a saber
Foi mais um daqueles dias de muita conversa boa e muito contacto com a natureza. Soube bem esperar a chuva e não chover, sentir o aroma das vindimas por todo o lado, ver árvores que não fossem eucaliptos, conviver com pessoas de diferentes idades e interesses. Soube muito bem ver o Outono de dedos vermelhos a tocar as parras e algumas árvores e imaginar que aquele percurso, quando o Outono perder a timidez, será ainda mais belo de fazer. Adoro estas experiências e recomendo (as caminhadas com a Quercus são muito fáceis, havia crianças de oito anos e gente de cabelos brancos, tendo ainda a vantagem de haver alguém que nos vai dando umas informações sobre a fauna e a flora ou mesmo sobre certas características da região). Estão a ouvir, amiguinhos-que-dizem-que gostavam-de-se-meter-nestas-coisas-mas que-não-têm-pernas?
Esta caminhada teve ainda a mais valia de me permitir ficar a saber
- que a Lipor dá cursos de compostagem doméstica, agricultura biológica e montes de outros, muito interessantes muito mais acessíveis do que os caríssimos em Serralves (Porto);
- que é possível fazer compostagem em apartamentos (ver aqui e aqui) e que até há quem tenha alfaces e tomates nas floreiras das varandas - estás a ouvir Major Tom? E tu, Venus?
P.s. Este poste parece um boletim informativo... Ih! Ih!
quarta-feira, setembro 27, 2006
Programas de humor em vias de extinção
Caros amigos,
Por vias da rádio, descobri que brevemente deixará de haver programas de humor político, os própriospolíticos se encarregarão da tarefa. Ora vejamos duas anedotas que eu ouvi na rádio, hoje de manhã:
1. O ministro da saúde diz que vai introduzir as taxas moderadoras nos internamentos hospitalares com o objectivo de levar os doentes a pressionar os médicos a darem-lhes alta mais depressa. AH! AH! AH! Não é fantástica esta? Quem de nós não conhece pessoas que, no estado actual da coisa, tendo partido uma perna, fracturado a bacia, ou rachado a cabeça, pedem ao médico: "Ó sô dotor, não me mande já para casa, por favor. A comida aqui é tão boa, os canais de televisão tão variados e cativantes, os enfermeiros e os médicos tratam-me como se eu fosse da família e eu adoro passar o dia deitado sem nada para fazer. Vá lá, doutor, ainda por cima é de graça..."
2. Uma deputada do PS a tentar justificar por que não quer que o Procurador-Geral da República vá à Assembleia da República explicar a extraordinária baralhada à volta do famoso "envelope 9": (cito de memória) "O senhor PGR já cá esteve em Janeiro a prestar esclarecimentos que não foram muito esclarecedores [a repetição destas palavras é da senhora deputada], portanto não vamos agora incomodar o senhor PGR outra vez". AH! AH! AH! AH!AH! AH! AH! AH! Nem digo mais nada.
Por vias da rádio, descobri que brevemente deixará de haver programas de humor político, os própriospolíticos se encarregarão da tarefa. Ora vejamos duas anedotas que eu ouvi na rádio, hoje de manhã:
1. O ministro da saúde diz que vai introduzir as taxas moderadoras nos internamentos hospitalares com o objectivo de levar os doentes a pressionar os médicos a darem-lhes alta mais depressa. AH! AH! AH! Não é fantástica esta? Quem de nós não conhece pessoas que, no estado actual da coisa, tendo partido uma perna, fracturado a bacia, ou rachado a cabeça, pedem ao médico: "Ó sô dotor, não me mande já para casa, por favor. A comida aqui é tão boa, os canais de televisão tão variados e cativantes, os enfermeiros e os médicos tratam-me como se eu fosse da família e eu adoro passar o dia deitado sem nada para fazer. Vá lá, doutor, ainda por cima é de graça..."
2. Uma deputada do PS a tentar justificar por que não quer que o Procurador-Geral da República vá à Assembleia da República explicar a extraordinária baralhada à volta do famoso "envelope 9": (cito de memória) "O senhor PGR já cá esteve em Janeiro a prestar esclarecimentos que não foram muito esclarecedores [a repetição destas palavras é da senhora deputada], portanto não vamos agora incomodar o senhor PGR outra vez". AH! AH! AH! AH!AH! AH! AH! AH! Nem digo mais nada.
sexta-feira, setembro 22, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
Walking in the rain
Estas fotos são da Teresa.
E este fim de semana vou matar saudades de caminhar à chuva com o Par de Botas. Podia-me dar para pior, dizem vocês. Não, não há assim muitas coisas melhores, garanto.
E este fim de semana vou matar saudades de caminhar à chuva com o Par de Botas. Podia-me dar para pior, dizem vocês. Não, não há assim muitas coisas melhores, garanto.
terça-feira, setembro 19, 2006
Sublinhados... musicais
Georges Brassens
MOURIR POUR DES IDÉES
Mourir pour des idées, l'idée est excellente.
Moi j'ai failli mourir de ne l'avoir pas eu.
Car tous ceux qui l'avaient, multitude accablante,
En hurlant à la mort me sont tombés dessus.
Ils ont su me convaincre et ma muse insolente,
Abjurant ses erreurs, se rallie à leur foi
Avec un soupçon de réserve toutefois:
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Jugeant qu'il n'y a pas péril en la demeure,
Allons vers l'autre monde en flânant en chemin
Car, à forcer l'allure, il arrive qu'on meure
Pour des idées n'ayant plus cours le lendemain.
Or, s'il est une chose amère, désolante,
En rendant l'âme à Dieu c'est bien de constater
Qu'on a fait fausse route, qu'on s'est trompé d'idée,
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Les saint Jean bouche d'or qui prêchent le martyre,
Le plus souvent, d'ailleurs, s'attardent ici-bas.
Mourir pour des idées, c'est le cas de le dire,
C'est leur raison de vivre, ils ne s'en privent pas.
Dans presque tous les camps on en voit qui supplantent
Bientôt Mathusalem dans la longévité.
J'en conclus qu'ils doivent se dire, en aparté:
"Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente."
Des idées réclamant le fameux sacrifice,
Les sectes de tout poil en offrent des séquelles,
Et la question se pose aux victimes novices:
Mourir pour des idées, c'est bien beau mais lesquelles?
Et comme toutes sont entre elles ressemblantes,
Quand il les voit venir, avec leur gros drapeau,
Le sage, en hésitant, tourne autour du tombeau.
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Encore s'il suffisait de quelques hécatombes
Pour qu'enfin tout changeât, qu'enfin tout s'arrangeât!
Depuis tant de "grands soirs" que tant de têtes tombent,
Au paradis sur terre on y serait déjà.
Mais l'âge d'or sans cesse est remis aux calendes,
Les dieux ont toujours soif, n'en ont jamais assez,
Et c'est la mort, la mort toujours recommencée...
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
O vous, les boutefeux, ô vous les bons apôtres,
Mourez donc les premiers, nous vous cédons le pas.
Mais de grâce, morbleu! laissez vivre les autres!
La vie est à peu près leur seul luxe ici bas;
Car, enfin, la Camarde est assez vigilante,
Elle n'a pas besoin qu'on lui tienne la faux.
Plus de danse macabre autour des échafeauds!
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
P.S. Eu queria pôr isto em música, e até já tive um amigo virtual com bom gosto musical que me mandou uns mails a explicar, mas eu sou tão preguiçozita (o será taralhouquita?).....
P.P.S. e agora, para linquar o Apetecia-me um blogue, tive que ir lá, para o cópipásta, e não é que descobri que o Cláudio gosta das fotografias de um dos tesouros do meu espólio emocional real? Como o mundo é pequeno....
MOURIR POUR DES IDÉES
Mourir pour des idées, l'idée est excellente.
Moi j'ai failli mourir de ne l'avoir pas eu.
Car tous ceux qui l'avaient, multitude accablante,
En hurlant à la mort me sont tombés dessus.
Ils ont su me convaincre et ma muse insolente,
Abjurant ses erreurs, se rallie à leur foi
Avec un soupçon de réserve toutefois:
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Jugeant qu'il n'y a pas péril en la demeure,
Allons vers l'autre monde en flânant en chemin
Car, à forcer l'allure, il arrive qu'on meure
Pour des idées n'ayant plus cours le lendemain.
Or, s'il est une chose amère, désolante,
En rendant l'âme à Dieu c'est bien de constater
Qu'on a fait fausse route, qu'on s'est trompé d'idée,
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Les saint Jean bouche d'or qui prêchent le martyre,
Le plus souvent, d'ailleurs, s'attardent ici-bas.
Mourir pour des idées, c'est le cas de le dire,
C'est leur raison de vivre, ils ne s'en privent pas.
Dans presque tous les camps on en voit qui supplantent
Bientôt Mathusalem dans la longévité.
J'en conclus qu'ils doivent se dire, en aparté:
"Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente."
Des idées réclamant le fameux sacrifice,
Les sectes de tout poil en offrent des séquelles,
Et la question se pose aux victimes novices:
Mourir pour des idées, c'est bien beau mais lesquelles?
Et comme toutes sont entre elles ressemblantes,
Quand il les voit venir, avec leur gros drapeau,
Le sage, en hésitant, tourne autour du tombeau.
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
Encore s'il suffisait de quelques hécatombes
Pour qu'enfin tout changeât, qu'enfin tout s'arrangeât!
Depuis tant de "grands soirs" que tant de têtes tombent,
Au paradis sur terre on y serait déjà.
Mais l'âge d'or sans cesse est remis aux calendes,
Les dieux ont toujours soif, n'en ont jamais assez,
Et c'est la mort, la mort toujours recommencée...
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
O vous, les boutefeux, ô vous les bons apôtres,
Mourez donc les premiers, nous vous cédons le pas.
Mais de grâce, morbleu! laissez vivre les autres!
La vie est à peu près leur seul luxe ici bas;
Car, enfin, la Camarde est assez vigilante,
Elle n'a pas besoin qu'on lui tienne la faux.
Plus de danse macabre autour des échafeauds!
Mourrons pour des idées d'accord, mais de mort lente,
D'accord, mais de mort lente.
P.S. Eu queria pôr isto em música, e até já tive um amigo virtual com bom gosto musical que me mandou uns mails a explicar, mas eu sou tão preguiçozita (o será taralhouquita?).....
P.P.S. e agora, para linquar o Apetecia-me um blogue, tive que ir lá, para o cópipásta, e não é que descobri que o Cláudio gosta das fotografias de um dos tesouros do meu espólio emocional real? Como o mundo é pequeno....
quarta-feira, setembro 13, 2006
terça-feira, setembro 12, 2006
ALGUMAS PEQUENAS DÚVIDAS DE 11 DE SETEMBRO
(Texto escrito por JMS em http://locainfecta.blogspot.com/)
"0. Por quê duvidar da versão oficial? Ver aqui.
1. Como é que estruturas em aço, como as Torres 1 e 2 do World Trade Center podem ter desabado à velocidade de um corpo em queda livre, contra tudo o que os cientistas conhecem acerca da resistência e comportamento do aço sob o efeito de temperaturas como as registadas aquando dos incêndios no interior dos dois edifícios?
2. E a que se deveu a inusitada pressa por parte das autoridades americanas em autorizar o envio para a Ásia do aço retirado dos escombros, a fim de ser reciclado, ao mesmo tempo que vedava o trabalho das equipas de investigação no local?
3. Por que é que centenas de testemunhas (entre as quais os bombeiros que operavam no local) referem ter ouvido uma série de explosões no interior das torres nos momentos que antecederam o seu desabamento? (Explosões essas que, de resto, aparecem documentadas em todas as filmagens em vídeo feitas no momento).
4. Mais enigmático ainda: como é que um pequeno incêndio (no piso 11) da Torre 7 do WTC (onde, dado curioso, estavam situadas instalações da CIA e do departamento de investigação criminal do fisco norte-americano) pode ter originado o desabamento (em poucos segundos) de um edifício de aço com 47 andares, sabendo-se que nunca tal coisa aconteceu com edifício nenhum, em incêndios de muito maior duração e intensidade?
5. Por que é a Força Aérea Americana nada fez para interceptar, já não digo os aviões que chocaram com as Torres Gémeas (pois aí talvez a falha se possa explicar pelo factor-surpresa), mas o "Boeing" do Voo 77 que supostamente atingiu o Pentágono? Sabendo-se que essas instalações militares são, pela sua própria natureza e situação geográfica (a 10 milhas de uma base aérea) as mais bem protegidas dos Estados Unidos, e se o ataque às mesmas ocorreu 52 minutos após o ataque à primeira Torre e 35 minutos após a segunda?
6. Por que é que os vestígios do Voo 93 sugerem claramente que o avião foi abatido no ar, motivo pelo qual caiu a pique, tendo os seus destroços ficado disseminados por uma aérea de vários quilómetros em redor da cratera que o mesmo produziu ao atingir o solo? E como é que isso se concilia com a versão oficial, que nos diz que o mesmo caiu na sequência de uma luta travada no interior do cockpit entre os terroristas e alguns passageiros?
Estas são apenas algumas das dúvidas que milhões de americanos têm vindo a colocar em relação à versão oficial sobre os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001; e que apesar de escandalosamente ocultadas pelos meios de comunicação social, têm ecoado por milhares de sites na Internet.Seja qual for a verdade sobre os estranhos acontecimentos do 11 de Setembro, algo que parece desde já absolutamente irrefutável é que as Torres não podiam ter caído como caíram sem que tivessem sido armadilhadas com o tipo de bombas que se utilizam em situações de demolição controlada, a não ser que admitamos que nesse dia as leis da física e da mecânica sofreram uma momentânea suspensão.
Uma pessoa passa os olhos pela blogosfera portuguesa e pasma: quase não há quem ponha em dúvida a versão oficial dos acontecimentos. Já nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas são bastante menos ingénuas, e quase 50 % dos nova-iorquinos acreditam que o governo americano esteve de algum modo envolvido nos ataques, o mesmo pensando 36% da totalidade dos americanos.Nós por cá continuamos alegremente a acreditar no tranquilizante fairy tale oficial, contra todas as evidências e contra a opinião de respeitáveis membros da comunidade científica. Cinco anos depois do desastre, penso que seria bem altura de começar a procurar informação noutros canais que não a CNN ou o jornal Público.Quem estiver mais interessado na verdade do que no tranquilizante absurdo veiculado pelos meios de propaganda oficiais, tem apenas que seguir as ligações deste texto e perder algumas horas a ler.
Ora essa, não têm nada que agradecer."
"0. Por quê duvidar da versão oficial? Ver aqui.
1. Como é que estruturas em aço, como as Torres 1 e 2 do World Trade Center podem ter desabado à velocidade de um corpo em queda livre, contra tudo o que os cientistas conhecem acerca da resistência e comportamento do aço sob o efeito de temperaturas como as registadas aquando dos incêndios no interior dos dois edifícios?
2. E a que se deveu a inusitada pressa por parte das autoridades americanas em autorizar o envio para a Ásia do aço retirado dos escombros, a fim de ser reciclado, ao mesmo tempo que vedava o trabalho das equipas de investigação no local?
3. Por que é que centenas de testemunhas (entre as quais os bombeiros que operavam no local) referem ter ouvido uma série de explosões no interior das torres nos momentos que antecederam o seu desabamento? (Explosões essas que, de resto, aparecem documentadas em todas as filmagens em vídeo feitas no momento).
4. Mais enigmático ainda: como é que um pequeno incêndio (no piso 11) da Torre 7 do WTC (onde, dado curioso, estavam situadas instalações da CIA e do departamento de investigação criminal do fisco norte-americano) pode ter originado o desabamento (em poucos segundos) de um edifício de aço com 47 andares, sabendo-se que nunca tal coisa aconteceu com edifício nenhum, em incêndios de muito maior duração e intensidade?
5. Por que é a Força Aérea Americana nada fez para interceptar, já não digo os aviões que chocaram com as Torres Gémeas (pois aí talvez a falha se possa explicar pelo factor-surpresa), mas o "Boeing" do Voo 77 que supostamente atingiu o Pentágono? Sabendo-se que essas instalações militares são, pela sua própria natureza e situação geográfica (a 10 milhas de uma base aérea) as mais bem protegidas dos Estados Unidos, e se o ataque às mesmas ocorreu 52 minutos após o ataque à primeira Torre e 35 minutos após a segunda?
6. Por que é que os vestígios do Voo 93 sugerem claramente que o avião foi abatido no ar, motivo pelo qual caiu a pique, tendo os seus destroços ficado disseminados por uma aérea de vários quilómetros em redor da cratera que o mesmo produziu ao atingir o solo? E como é que isso se concilia com a versão oficial, que nos diz que o mesmo caiu na sequência de uma luta travada no interior do cockpit entre os terroristas e alguns passageiros?
Estas são apenas algumas das dúvidas que milhões de americanos têm vindo a colocar em relação à versão oficial sobre os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001; e que apesar de escandalosamente ocultadas pelos meios de comunicação social, têm ecoado por milhares de sites na Internet.Seja qual for a verdade sobre os estranhos acontecimentos do 11 de Setembro, algo que parece desde já absolutamente irrefutável é que as Torres não podiam ter caído como caíram sem que tivessem sido armadilhadas com o tipo de bombas que se utilizam em situações de demolição controlada, a não ser que admitamos que nesse dia as leis da física e da mecânica sofreram uma momentânea suspensão.
Uma pessoa passa os olhos pela blogosfera portuguesa e pasma: quase não há quem ponha em dúvida a versão oficial dos acontecimentos. Já nos Estados Unidos, por exemplo, as pessoas são bastante menos ingénuas, e quase 50 % dos nova-iorquinos acreditam que o governo americano esteve de algum modo envolvido nos ataques, o mesmo pensando 36% da totalidade dos americanos.Nós por cá continuamos alegremente a acreditar no tranquilizante fairy tale oficial, contra todas as evidências e contra a opinião de respeitáveis membros da comunidade científica. Cinco anos depois do desastre, penso que seria bem altura de começar a procurar informação noutros canais que não a CNN ou o jornal Público.Quem estiver mais interessado na verdade do que no tranquilizante absurdo veiculado pelos meios de propaganda oficiais, tem apenas que seguir as ligações deste texto e perder algumas horas a ler.
Ora essa, não têm nada que agradecer."
segunda-feira, setembro 11, 2006
Coisas que eu preferia não saber
Mas que não podemos ignorar
Viram o documentário que a 2 passou na sexta-feira passada sobre o 11 de Setembro?
Depois de tudo o que aí se diz é inevitável pensar: fomos enganados, nunca mais podemos acreditar numa só palavra dos governos ou dos meios de comunicação sem procurar saber qual a verdade ou, pelo menos, a outra versão.
E é para isso que a INTERNET serve, para não sermos apenas umas batatas ensofázadas. Vão ver:
http://www.question911.com/
http://www.question911.com/linksall.htm
http://www.911research.wtc7.net/faq/index.html
http://bellaciao.org/en/article.php3?id_article=11205
http://www.tvnewslies.org/html/9_11_truth_calling_oprah.html
São demasiadas coisas estranhas para serem todas mentira. A verdade talvez esteja perto do fim do novelo: quem ganhou com o que aconteceu11 de Setembro de 2001?
Viram o documentário que a 2 passou na sexta-feira passada sobre o 11 de Setembro?
Depois de tudo o que aí se diz é inevitável pensar: fomos enganados, nunca mais podemos acreditar numa só palavra dos governos ou dos meios de comunicação sem procurar saber qual a verdade ou, pelo menos, a outra versão.
E é para isso que a INTERNET serve, para não sermos apenas umas batatas ensofázadas. Vão ver:
http://www.question911.com/
http://www.question911.com/linksall.htm
http://www.911research.wtc7.net/faq/index.html
http://bellaciao.org/en/article.php3?id_article=11205
http://www.tvnewslies.org/html/9_11_truth_calling_oprah.html
São demasiadas coisas estranhas para serem todas mentira. A verdade talvez esteja perto do fim do novelo: quem ganhou com o que aconteceu11 de Setembro de 2001?
quinta-feira, setembro 07, 2006
segunda-feira, setembro 04, 2006
Monty Pyton's
Monty Pyton's
ou nesta (nova) versão
Monty Pyton's
e mais...
Monty Pyton's
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Fumo passivo
"O fumo passivo mata mais de 79 mil pessoas por ano na União Europeia, 1.519 das quais em Portugal, são dados de um estudo europeu divulgado no âmbito da campanha "HELP - Por uma vida sem tabaco".
O estudo, que vem alertar para os benefícios de uma Europa sem tabaco, foi elaborado por quatro organizações europeias e foi concluído em Fevereiro passado.
Com base em dados de 2002, os investigadores concluíram que 79.449 pessoas morrem todos os anos na UE devido ao fumo passivo, das quais cerca de 61 mil por doença isquémica cardíaca e enfarte, mais de 13 mil com cancro do pulmão e cinco mil de doença respiratória crónica não-neoplásica.
Konrad Jamrozik, professor de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Queensland, que conduziu o estudo, descobriu ainda que o fumo passivo é responsável pela morte de 19.242 não-fumadores na UE todos os anos e, dessas mortes, cerca de 2.800 são provocadas pela exposição ao fumo passivo no local de trabalho.
O objectivo principal do estudo é mostrar aos políticos de toda a Europa que só existem vantagens com a introdução de legislação que proíba fumar em locais públicos e de trabalho, incluindo bares e restaurantes.
A campanha HELP - Por uma vida sem tabaco, promovida pela Comissão Europeia e no âmbito da qual o estudo foi divulgado, tem como objectivo persuadir os cidadãos dos 25 países da UE, sobretudo os jovens, a não começarem ou a deixarem de fumar."
IN: http://www.rum.pt
O estudo, que vem alertar para os benefícios de uma Europa sem tabaco, foi elaborado por quatro organizações europeias e foi concluído em Fevereiro passado.
Com base em dados de 2002, os investigadores concluíram que 79.449 pessoas morrem todos os anos na UE devido ao fumo passivo, das quais cerca de 61 mil por doença isquémica cardíaca e enfarte, mais de 13 mil com cancro do pulmão e cinco mil de doença respiratória crónica não-neoplásica.
Konrad Jamrozik, professor de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade de Queensland, que conduziu o estudo, descobriu ainda que o fumo passivo é responsável pela morte de 19.242 não-fumadores na UE todos os anos e, dessas mortes, cerca de 2.800 são provocadas pela exposição ao fumo passivo no local de trabalho.
O objectivo principal do estudo é mostrar aos políticos de toda a Europa que só existem vantagens com a introdução de legislação que proíba fumar em locais públicos e de trabalho, incluindo bares e restaurantes.
A campanha HELP - Por uma vida sem tabaco, promovida pela Comissão Europeia e no âmbito da qual o estudo foi divulgado, tem como objectivo persuadir os cidadãos dos 25 países da UE, sobretudo os jovens, a não começarem ou a deixarem de fumar."
IN: http://www.rum.pt
sexta-feira, setembro 01, 2006
Sublinhados
Buenaventura Durruti (1896-1936)
“However much one cursed at the time, one realized afterwards that one had been in contact with something strange and valuable. One had been in a community where hope was more normal than apathy or cynicism, where the word “comrade” stood for comradeship and not, as in most countries, for humbug. One had breathed the air of equality. (…)
For the Spanish militias, while they lasted, were a sort of microcosm of classless society. In that community where no one was on the make, where there was a shortage of everything but no privilege and no boot-licking, one got, perhaps, a crude forecast of what the opening stages of Socialism might be like. And, after all, instead of disillusioning me it deeply attracted me. The effect was to make my desire to see Socialism established much more actual than it had been.(...)
The Communist's emphasis is always on centralism and efficiency, the Anarchist's on liberty and equality."
George Orwell, HOMAGE TO CATALONIA, 1938
“However much one cursed at the time, one realized afterwards that one had been in contact with something strange and valuable. One had been in a community where hope was more normal than apathy or cynicism, where the word “comrade” stood for comradeship and not, as in most countries, for humbug. One had breathed the air of equality. (…)
For the Spanish militias, while they lasted, were a sort of microcosm of classless society. In that community where no one was on the make, where there was a shortage of everything but no privilege and no boot-licking, one got, perhaps, a crude forecast of what the opening stages of Socialism might be like. And, after all, instead of disillusioning me it deeply attracted me. The effect was to make my desire to see Socialism established much more actual than it had been.(...)
The Communist's emphasis is always on centralism and efficiency, the Anarchist's on liberty and equality."
George Orwell, HOMAGE TO CATALONIA, 1938
quinta-feira, agosto 31, 2006
Porto, portinho....
Quem mora, ou morou no Porto consegue ver grandes diferenças ao nível do número de habitantes residentes.
Como descreve muito bem o Fernando Vilarinho no seu blogue.
Porto, porto de Gaia, será!?!
Mais vale o Filipe Menezes ficar onde está.
Como descreve muito bem o Fernando Vilarinho no seu blogue.
Porto, porto de Gaia, será!?!
Mais vale o Filipe Menezes ficar onde está.
terça-feira, agosto 29, 2006
Estado de quê?
Desculpem-me, mas afinal que raio quer dizer que Portugal é um estado de direito?
Domingo morreu uma mulher de 44 anos, em Nelas. Razão? Violência doméstica, ao que parece. A senhora não foi apanhada à má fé num esconso qualquer desse país para ser assaltada, agredida ou violada. Ela não precisou de sair de casa, do seu "lar", para ser barbaramente agredida e assassinada. Aliás, precisou e muito:
Domingo morreu uma mulher de 44 anos, em Nelas. Razão? Violência doméstica, ao que parece. A senhora não foi apanhada à má fé num esconso qualquer desse país para ser assaltada, agredida ou violada. Ela não precisou de sair de casa, do seu "lar", para ser barbaramente agredida e assassinada. Aliás, precisou e muito:
- há registos de denúncia de violência doméstica por parte desta meulhera desde 2003, segundo o comandante da GNR;
- na madrugada desse dia os vizinhos chamaram a GNR que a levou ao hospital para receber tratamento médico. Ao meio-dia teve alta, às 17h estava morta.
Espero que os tribunais não venham agora dizer que a senhora não morreu da mão que a agrediu ou que a empeurrou, mas dos hematomas ou de ter caído mal para o lado ou por não saber karate.
Até quando esta vergonha será tolerada?
SERVIÇO DE INFORMAÇÃO À S VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:
800 202 148 (NÚMERO GRATUITO)
segunda-feira, agosto 28, 2006
Sublinhados
"A verdadeira realidade não é a que vemos, é a que sonhamos, é a arte. O sonho e a arte são a nossa salvação."
A Salvação de Wang-Fô (in Contos Orientais), de MArguerite Yourcenar
A Salvação de Wang-Fô (in Contos Orientais), de MArguerite Yourcenar
Euromilhões
Numa conversa de café também se aprende muita coisa.
Hoje durante a minha hora de almoço estavamos a falar do "sonho" de ganhar o Euromilhões, e com tantos dizeres, houve um que me deixou a pensar, é o seguinte:
O 1º Ministro (José Socrates) devia decretar que TODOS os funcionários públicos deviam jogar no Euromilhões. Assim conforme íam ganhando, despediam-se da Função Pública.
Era uma forma de baixarmos o número de funcionários públicos.
Afinal os jogos da sorte servem para alguma coisa, nem que seja para pôr o pessoal a pensar.
Hoje durante a minha hora de almoço estavamos a falar do "sonho" de ganhar o Euromilhões, e com tantos dizeres, houve um que me deixou a pensar, é o seguinte:
O 1º Ministro (José Socrates) devia decretar que TODOS os funcionários públicos deviam jogar no Euromilhões. Assim conforme íam ganhando, despediam-se da Função Pública.
Era uma forma de baixarmos o número de funcionários públicos.
Afinal os jogos da sorte servem para alguma coisa, nem que seja para pôr o pessoal a pensar.
sábado, agosto 26, 2006
Leituras antigas
Contes barbares, por Gauguin
O PAPALAGUI
discurso de tuiavii, chefe de tribo de tiavéa nos mares do sul (trad. Luiza Neto Jorge)
Este livro é uma reflexão de Tuiavii sobre a civilização branca (apesar de Tuiavii ser contra “ a grave doença “ de “pensar”). Tal reflexão (ou reflexões, melhor dizendo) é o resultado de uma visita a este mundo tão distante de Samoa, bem como do contacto com o “papalagui” nas ilhas dos mares do sul.
Se algumas das críticas podem ser consideradas ridículas a nossos olhos, outras há que são de uma pertinência penetrante e outras ainda tocam tão fundo a essência da nossa civilização que, a aceitá-las, não ficaria pedra sobre pedra.
Uma das mais curiosas, a meu ver, é a crítica feita ao cinema (que eu estendo, por analogia, ao teatro e à literatura). Numa coisa tem o chefe Tuiavii razão: “ a vida na Europa não pode existir sem aquele lugar onde se simula a vida”. Esta forma de arte – e todas as outras – servem-nos de escape à forma ridícula de vivermos. Tem razão Tuiavii quando se surpreende com a identificação do espectador com o filme, a qual chega frequentemente à acefalia acrítica. Sem dúvida, a maior parte dos filmes mais não querem do que isto – demasiado pouco. E foi só isto que Tuiavii viu.
Porém, a evasão a que a arte convida, a verdadeira arte, não é assim tão passageira. Implica uma evasão mental activa da realidade, ajudando-nos também, quantas vezes, a modificar a vida e a aproximá-la (dentro do possível) do ideal de Tuiavii.
O PAPALAGUI
discurso de tuiavii, chefe de tribo de tiavéa nos mares do sul (trad. Luiza Neto Jorge)
Este livro é uma reflexão de Tuiavii sobre a civilização branca (apesar de Tuiavii ser contra “ a grave doença “ de “pensar”). Tal reflexão (ou reflexões, melhor dizendo) é o resultado de uma visita a este mundo tão distante de Samoa, bem como do contacto com o “papalagui” nas ilhas dos mares do sul.
Se algumas das críticas podem ser consideradas ridículas a nossos olhos, outras há que são de uma pertinência penetrante e outras ainda tocam tão fundo a essência da nossa civilização que, a aceitá-las, não ficaria pedra sobre pedra.
Uma das mais curiosas, a meu ver, é a crítica feita ao cinema (que eu estendo, por analogia, ao teatro e à literatura). Numa coisa tem o chefe Tuiavii razão: “ a vida na Europa não pode existir sem aquele lugar onde se simula a vida”. Esta forma de arte – e todas as outras – servem-nos de escape à forma ridícula de vivermos. Tem razão Tuiavii quando se surpreende com a identificação do espectador com o filme, a qual chega frequentemente à acefalia acrítica. Sem dúvida, a maior parte dos filmes mais não querem do que isto – demasiado pouco. E foi só isto que Tuiavii viu.
Porém, a evasão a que a arte convida, a verdadeira arte, não é assim tão passageira. Implica uma evasão mental activa da realidade, ajudando-nos também, quantas vezes, a modificar a vida e a aproximá-la (dentro do possível) do ideal de Tuiavii.
sexta-feira, agosto 25, 2006
O povo é quem mais ordena
Ainda não entendi o desfecho do caso da demissão (?) do presidente da Câmara de Setúbal.
Afinal o que é mais importante, o VOTO do POVO, ou a cegueira partidária!?
"Assim se vê a força do PC".
Afinal o que é mais importante, o VOTO do POVO, ou a cegueira partidária!?
"Assim se vê a força do PC".
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