terça-feira, agosto 29, 2006

Estado de quê?

Desculpem-me, mas afinal que raio quer dizer que Portugal é um estado de direito?

Domingo morreu uma mulher de 44 anos, em Nelas. Razão? Violência doméstica, ao que parece. A senhora não foi apanhada à má fé num esconso qualquer desse país para ser assaltada, agredida ou violada. Ela não precisou de sair de casa, do seu "lar", para ser barbaramente agredida e assassinada. Aliás, precisou e muito:
  • há registos de denúncia de violência doméstica por parte desta meulhera desde 2003, segundo o comandante da GNR;
  • na madrugada desse dia os vizinhos chamaram a GNR que a levou ao hospital para receber tratamento médico. Ao meio-dia teve alta, às 17h estava morta.

Espero que os tribunais não venham agora dizer que a senhora não morreu da mão que a agrediu ou que a empeurrou, mas dos hematomas ou de ter caído mal para o lado ou por não saber karate.

Até quando esta vergonha será tolerada?

SERVIÇO DE INFORMAÇÃO À S VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA:

800 202 148 (NÚMERO GRATUITO)

6 comentários:

Anónimo disse...

Lamentável!
Só gostava de saber qual a utilidade da polícia. Só podem agir a mando de um juiz mas toda a gente sabe que enquanto uma queixa vai e não vai a tribunal, podem passar-se anos e anos. Entretanto, vai-se desesperando e morrendo (pelos vistos).

Anónimo disse...

li no jn de hoje (http://jn.sapo.pt/2006/08/30/policia_e_tribunais/lesao_tera_sido_mortal.html) que a provável causa de morte desta senhora foi o consumo excessivo de álcool.

isto faz-me lembrar uma cena que presenciei há uns anos atrás em frente ao banco do siza aqui em vila do conde. estavam três pessoas, um casal mais o amante da senhora. ela batia no amante com o tacão do sapato. ele olhava para ela e apanhava com ele na cabeça. o marido assistia impávido e sereno. volta e meia ele (o amante) ripostava e mandava chapada na esposa infiel. o marido assistia impávido e sereno. a senhora adultera rodopiava com a força do chapo e voltava ao ataque com o tacão. o marido assistia impávido e sereno. deu para perceber que tanto a esposa infiel e o amante já estavam com uma torcida das valentes. o marido estava impávido e sereno. essas três pessoas habitavam juntas. pergunto: assisti a um acto de violência doméstica? o que deveria ter feito para evitar estes maus tratos? rir-me e fechar os olhos ou deixar tudo como estava?

quanto ao caso deste post e segundo o jn a proprietária de um café reconheceu que os dois são/eram amigos da pinga e que o senhor vai sentir falta da falecida embora volta e meia ele soltasse umas lambadas.

lembram-se do caso do arrastão? há quem prove que não houve arrastão. a ser verdade que a causa da morte desta mulher está relacionado com o consumo excessivo de álcool será que alguém vai provar que este caso não se enquadra no da violência doméstica? (aquele que o homem bate na mulher ou vice-versa). mas sim o caso de duas pessoas amigas da pinga que volta e meia se descontrolavam (pelo menos ele)? e será que o homem batia na mulher com causa das agressões psicológicas que ela infligia nele?

temo que ao seguir com mais atenção ao caso gil vicente esteja a evitar olhar para o país real.

kimikkal disse...

infelizmente há muito obscurantismo no Portugal Profundo...

Anónimo disse...

Infelizmente estes caso acontecem a toda a Hora, todos os dias...
Por acaso, tenho contacto com a AMCV (Assoc. Mulheres contra Violência) que tem um trabalho muito meritório, inclusivamente com Residências para mulheres vitimas de maus tratos.
É o trabalho que aq sociedade civil pode e deve fazer...Cabe a cada um de nós a divulgação e a atenção/preocupação constante!

Anónimo disse...

Kimikkal, só no profundo? Cada vez mais encontro pessoas "obscuras" (nesse sentido, para não usar palavras mais duras) a viver nos grandes centros!

Anónimo disse...

não é preciso ter a 4a classe para mandar uns valentes chapos à patroa. há muito doutor que o faz com mestria. mas uma coisa é violência doméstica (e as vítimas são os conjugues de ambos os sexos e os pequenitos, vitimas do pai e/ou da mãe), outra coisa é bebedeira colectiva (crónica). há quem fique chato, há quem fique violento. como se classifica este caso?