quinta-feira, maio 11, 2006

A queima

Não gosto da queima nem de trajes académicos. Sei do que falo, pois já por lá andei e abjurei. Daquilo que me lembro, e por aquilo que observo, este tipo de "tradições" tem como razão profunda o exibicionismo parolo de uma pseudo-superioridade social dos estudantes em relação ao comum dos mortais. O povo sai à rua para ver os seus filhos serem doutores - e a fazerem figuras de asnos... Lembro-me bem de gente deitada pelas ruas, com a corzinha do seu curso na lapela, bêbada a pontos de não se conseguir levantar e sendo apenas capaz de sorrisos bovinos.
Depois há a questão dos "concertos", que intervalam algumas bandas de qualidade com outras de vergonhosa extracção, para além de obrigarem toda uma cidade a ouvir essas idiotices até altas horas da noite (sempre tive pena de quem morava perto.)

A verdade é que um curso superior não é sinal de coisa nenhuma, hoje em dia (se é que alguma vez o foi), e muito menos de superioridade intelectual. Quem dera! Quanto livros se leriam a mais , se assim fosse. Que diferentes seriam os resultados eleitorais. Que diferente seria a nossa televisão. O estudante universitário médio é o infeliz reflexo do português médio que mata e morre nas estradas, que foge aos impostos e que exige que nos seus cheques, antes do nome, venha o "dr.", sobretudo se por direito não o tem.

4 comentários:

Fabi disse...

OI lindona, tudo bem?? e as caminhadas?? A gente não tem tido mesmo tempo... Estamos cheios de coisas para estudar :((
Tá muito legal esse post :))
beijos!!!!!!
Fabi

Bart Simpson disse...

upa, upa.
de acordo em tudo (também postei sobre a matéria um pouco nesta linha).

medronho disse...

hummmmmmmmmmmmmmmmm Essa é a imagem que (tb) tenho das noitadas da queima. Mas será que a felicidade, alegria de alguns afecta tanto os outros. Ou seja, nós andamos tão "tristes" com o dia a dia que ao ver-mos tanta alegria...Não gostamos! ou simplesmente protestamos (inconscientemente). Das vezes em que fui às noitadas da queima diverti-me (e mt nas 1ªs vezes), principalmente quando SÓ estudava. Quando comecei a trabalhar, fui umas 3 a 4 vezes (assistir aos concertos)...e já achei menos piada, pq será? Julgar um todo pela parte, não sei se será bom sinal. Viva a ALEGRIA. Viva a Folia. E umas carraspanas..aussi!

medronho disse...

Esteva :) disse no início do meu comentário (anterior) que concordava contigo: em relação ao traje, às atitudes de superioridade dos "doutores" para com os "caloiros", ao imenso barulho à volta do recinto da queima, etc, etc... Mas nunca ouvi ninguém a protestar com as Festas locais, como por ex: o S. João. E a foguetada durante TODO o Verão em todas as terras de nosso pequeno país. Terra sem foguetada no Verão, não é terra de gente! Aí são mt poucos os que protestam, pq será? Será por estarem em maioria? Acho que o barulho, venha de onde vier, tem que terminar às 22:00. É o que está na lei. Seja pras festas populares, seja para o vizinho do lado com a TV alta, ou a martelar um prego. A lei tem que ser igual para tudo, e para todos.
p.s: infelizmente as pessoas só festejam, exaltam a sua alegria, liberdade nas datas festivas e calendarizadas. É a vida..dura!