Com que voz
Com que voz chorarei meu triste fado,
que em tão dura paixão me sepultou.
Que mor não seja a dor que me deixou
o tempo, de meu bem desenganado.
Mas chorar não estima neste estado
aonde suspirar nunca aproveitou.
Triste quero viver, pois se mudou
em tristeza a alegria do passado.
Assim a vida passo descontente,
ao som nesta prisão do grilhão duro
que lastima ao pé que a sofre e sente.
De tanto mal, a causa é amor puro,
devido a quem de mim tenho ausente,
por quem a vida e bens dele aventuro.
Música: Alain Oulman
Letra: Luís de Camões, talvez.
quarta-feira, abril 05, 2006
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3 comentários:
Amália é FADO. É VIDA. É a DIVA.
:)
porquê talvez? sempre achei que o poema era mesmo de Camões. Já agora, este é de facto um dos fados mais extraordinários de Amália.
Amália é deus! Já to disse. O "talvez" é porque, ao que sei (e não é muito) não há grandes certezas sobre a autoria dese poema, cheira a Camões, de facto. Por outro lado, ler o poema de Jorge de Sena que vou pôr já a seguir...
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