sábado, março 25, 2006

Não é justo

Se eu vivesse em Lisboa, hoje podia ver O Sétimo Selo, do Bergman, A Dama de Xangai, do Orson Welles, ou Marinheiro de Água Doce, de e com o Buster Keaton, no grande ecrã. Mas não vivo.
Ora, isto não me parece justo, é que eu também pago impostos para que a Cinemateca exista! Quando é que esta instituição se lembra de fazer uma perninha noutros distritos, como fez há muitos anos no Porto (uma vez sem exemplo)? Não haverá maneira de pôr uma cruzinha na declaração de IRS para financiar a deslocação de alguns filmes desde Lisboa até ao resto do país?
Grrrr!!!

10 comentários:

medronho disse...

3 BONS filmes:) O problema da Cinemateca é esse mesmo: não colobora! É pena que só os lisboetas tenham acesso à informação. é o país que temos. Estevaaaaaaaaaaaaaa

fernando_vilarinho disse...

Quer-se criar na Real Companhia Velha em Gaia uma cinemateca desde há 2 anos, até pelo facto de M. Dorminsky ser vereador da cultura.
Mas não dúvido que ainda dará mais % de prejuizo que a de Lisboa.
A Casa das Artes no Porto é que devia assumir mais essa função.
Já estive na Cinemateca de Lisboa, mas como de turista, nunca vi lá nenhuma película

Anónimo disse...

Vilarinho, a cultura só dá prejuízo, em termos económicos. Se der lucro , não é cultura, é detergente. Não te parece? A Casa das Artes no Porto foi precisamente onde a Cinemateca esteve quando lá foi passar férias de Inverno. E, por falar nesse belíssimo edifício, PARA QUE SERVIRAM OS MILHARES DE CONTOS QUE AÍ LE SE EMPENHARAM SE AGORA NÃO SERVE PARA NADA???? E é um dos sítios mais agrdáveis do Porto...

Anónimo disse...

Já agora, a CP e a TAP também dão prejuízo. Ora, atendendo ao estado cultural do país, se me derem a escolher (que não dão, eu sei, estão-se nas tintas para mim!) eu prefiro que seja a cultura a dar prejuízo - será pelo menos sinal de que se investe nela.

fernando_vilarinho disse...

Oi Esteva!
pelo facto de ter referido que
Mas não duvido que ainda dará mais % de prejuízo que a de Lisboa.

concluir logo que

Vilarinho, a cultura só dá prejuízo, em termos económicos. Se der lucro , não é cultura, é detergente. Não te parece?

acho que é precipitado (e pra ser eufemista) 

Uma cinemateca em Gaia é prá estar às moscas ( e afirmo isto com fundamento, que noutro âmbito poderei desenvolver)” Só atrairá pessoal com festivais e eventos pontuais (ou bilhetes de borla em massa) . Por isso é que uma cinemateca em Gaia, foi até hoje apenas planfeterismo do Menezes e Dorminsky. Percebe-se que efectivamente eles próprios não estão interessados. Foi + um fogacho de eleições. Na prática irá prá frente no dia de São Nunca!!
Mas como dizia outro “Ai eu fico chateado” qd o prejuízo financeiro de um equipamento público é exagerado. E o da Cinemateca de Lisboa passou a ser, sobretudo desde finais de 2002 pra cá.

Muito mais desconforme que a cultura ter necessidade de obter lucro é obter elevados prejuízos! Isso é que será relativa incompreensão e desconsideração pela Cultura.

Como costumo repisar, falar em prejuízo no sentido lato, genérico, é deveras escasso. é forçoso quantificar a sua dimensão. senão serão só transigências... desresponsabilidades

Anónimo disse...

Vilarinho, boa noite! Não sei se te entendi bem. Vamos a ver: tu concordas que a cultura não pode, por natureza, dar lucro, ou não concordas?

Isto é, a cultura, do meu ponto de vista, não é produzida para dar lucro nem para dar prejuízo. Produz-se porque decorre da necessidade de ser produzida. Normalmente, quando dá lucro, os seus produtores estão já debaixo de terra - veja-se o Van Gogh ou o Shakespeare, ou muitos outros que nada ganharam com o que produziram mas que muito têm dado a ganhar a muitos mais depois deles. Mas adiante.

Para mim, quem nos governa devia ver a educação e a cultura como prioridades, são elas que lançam as sementes de uma sensibilidade mais aperfeiçoada e de um sentido crítico e estético mais apurados. Daí que eu ache que deva haver uma sucursal da cinemateca em cada distrito, pelo menos. E digo isto sem pejo por pensar que pode custar muito dinheiro. 1º Há dezenas (felizmente) de cineclubes neste país a quem a Cinemateca podia emprestar ou alugar simbolicamente os filmes que vai exibindo, sem ter que gastar o dinheiro de um submarino para isso... 2º Ainda por cima, ontem, no "prós e contras" da RTP1, o país e o mundo foram informados de que 60%!!!! DO ORÇAMENTO DO MINISTÉRIO DA CULTURA VAI PARA A .... R T P!!! Quem diria. Paulo Branco (o senhor que gentil e iradamente nos informou do facto) leu, de seguida, a programação para o dia de ontem e interrogava-se sobre o que era feito com essa grossa quantia. 60" do orçamento mo MC não vai para a cultura, vai para o entretenimento, para o detergente.
Quanto às questões de os pólos dinamizadores de cultura serem Gaia, ou Porto, ou Matosinhos, Águeda ou Tondela, isso para mim são questões acessórias, com o devido respeito pela tua opinião, nesta questão. Importante é pôr as pessoas em contacto com a qualidade, dar-lhes a oportunidade par isso, seja lá onde for.

fernando_vilarinho disse...

o que posso acrescentar ao que antes expressei (o resto está inerente no meu 2º comment)

uma sucursal da cinemateca em cada distrito

no Porto que seja na Casa das Artes...
Contudo, os cineclubes espalhados aí pelo país, e que sobrevivem sobretudo fruto dos subsídios das câmaras e do estado já vão realizando melhor ou pior essa função. Só no Porto existem na actualidade 3 cineclubes. Quem vai ver as suas projecções? eu já fui a dezenas delas, mas poucos podem dizer o mesmo... e alguns deles clamam aos sete ventos por descentralização cultural!

outro cousa:
reparei que escrevi planfeterismo em vez de panfleterismo.

Mário Azevedo disse...

eu já vou um pouco atrasado, mas aqui vai a minha opinião. frequentei anos o cine-clube de vila do conde. raramente o vi às moscas. assisti a vários ciclos de cinema no Porto (Passos Manuel, Campo Alegre, etc.), normalmente de cinema europeu. nunca o vi às moscas. agora sou sócio do cine-clube de Joane, em Famalicão. Nunca está às moscas. Quer isto dizer que dá lucro? claro que não, se desse não era preciso Estado para nada.

fernando_vilarinho disse...

como até aqui ainda n se discutiu, cada um falou pró o seu lado continuo na mesma sintonia

1º não confundir sessões normais com ciclos, festivais. Ciclos têm outro marketing e outro poder de atracção.

2ºCine-clube de Vila do Conde: nos últimos anos, as sessões normais tem muita pouca gente lá a assistir.

3º Ainda bem que o de Joane tem muita gente. há muitos assim. e se leres bem o que escrevi nos outros comments nunca disse algo que contrariasse isso.

4º só opinei sobre em prejuízos incomportáveis, não coloquem na minha boca que opinei sobre a necessidade de ter lucros e auto-sustentabilidade das associações e equipamentos culturais. Leiam o que escrevo e não o que vos parece! só falta subentenderam que falei neste post sobre, sei lá... a influência do Kadima no teatro S. João!!

Anónimo disse...

necessario verificar:)