quinta-feira, novembro 30, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
Cesariny (1923-2006)
ditirambo
Meu maresperantotòtémico
minha màlanimatógrafurriel
minha noivadiagem serpente
meu èliòtròpolipo polar
meu fiambre de sol de roseira
minha musa amiantulipálida
meu lustrefrenado céu grande
minha afiàurora-manhã
minha fôgoécia de estátuas
minha lábioquimia cerrada
minha ponta na terra meu arsgrima
meu diamantermita acordado!
Pena Capital
Meu maresperantotòtémico
minha màlanimatógrafurriel
minha noivadiagem serpente
meu èliòtròpolipo polar
meu fiambre de sol de roseira
minha musa amiantulipálida
meu lustrefrenado céu grande
minha afiàurora-manhã
minha fôgoécia de estátuas
minha lábioquimia cerrada
minha ponta na terra meu arsgrima
meu diamantermita acordado!
Pena Capital
terça-feira, novembro 28, 2006
Cesariny (1923-2006)
poema
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
domingo, novembro 26, 2006
Agenda Cesariny
Cesariny (1923-2006)
you are welcome to elsinore *
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos a morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever de falar
Mário Cesariny, Pena Capital
*Elsinore: onde a acção do Hamlet, de Shakespeare, se passa e onde ocorre o seguinte diálogo:
"Polonius: (...) What do you read, my lord?
Hamlet: Words, words, words."
sábado, novembro 25, 2006
Banda Sonora
Funeral de um lavrador -
Chico Buarque
Letra: João Cabral de Melo Neto
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Chico Buarque
Letra: João Cabral de Melo Neto
Esta cova em que estás com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida
É de bom tamanho nem largo nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio
Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida
É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estás mais ancho que estavas no mundo
É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo te sentirás largo
É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas a terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas a terra dada, não se abre a boca.
Banda Sonora
Tracy Chapman - Talking About A Revolution acoustic
Don't you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Don’t you know
They’re talkin’ about a revolution
It sounds like a whisper
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Poor people gonna rise up
And get their share
Poor people gonna rise up
And take what’s theirs
Don’t you know
You better run, run, run...
Oh I said you better
Run, run, run...
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
Don't you know
They’re talkin’ bout a revolution
It sounds like a whisper
Don’t you know
They’re talkin’ about a revolution
It sounds like a whisper
While they’re standing in the welfare lines
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Wasting time in the unemployment lines
Sitting around waiting for a promotion
Poor people gonna rise up
And get their share
Poor people gonna rise up
And take what’s theirs
Don’t you know
You better run, run, run...
Oh I said you better
Run, run, run...
Finally the tables are starting to turn
Talkin’ bout a revolution
sexta-feira, novembro 24, 2006
Piscina de Inverno
Parece que a piada que sempre dizia quando contava que tinha comprado esta casa ('tem piscina de inverno') se vai concretizar hoje... A água está a vinte metros da casa e o Vougão lá vai subindo paulatina mas seguramente. Já retirámos os livros da sala de baixo, estacionámos o carro mais acima e estamos a pôr sacos de areia à porta.
Daqui a um bocado, vamos acender a lareira e esperar pela visita da água. Não há-de ser nada, né?
Daqui a um bocado, vamos acender a lareira e esperar pela visita da água. Não há-de ser nada, né?
quinta-feira, novembro 23, 2006
Agenda contra os eucaliptos
4º Campo de Trabalho Voluntário no Cabeço Santo
(Serra do Caramulo)
O Projecto “Cabeço Santo” tem como objectivo central a realização de acções que promovam a biodiversidade e minimizem os estragos provocados pela presença de espécies invasoras associadas à ocorrência do fogo, que concorrem para uma dramática degradação da já escassa e pressionada flora espontânea daquele monte. Neste sentido realizaram-se já três Campos de Trabalho Voluntário desde o início de Setembro. O primeiro e o segundo foram exclusivamente dedicados à eliminação de flora invasora, no terceiro fez-se uma sementeira de bolas de sementes numa área antes ocupada por eucaliptos.
Entretanto, e depois de uma empresa madeireira ter retirado a maior parte dos eucaliptos de uma zona plantada do terreno que será em breve adquirido pelo Fundo de Conservação da Quercus, verifica-se que alguns eucaliptos queimados, juntamente com um elevado número de rebentos, foram deixados em zonas mais sensíveis e de mais difícil acesso. Estes eucaliptos e respectivos rebentos devem agora ser retirados, e se o forem o mais cedo possível, maximiza-se a probabilidade de não voltarem a rebentar no próximo ano. Por outro lado, no vale ficou um conjunto muito desordenado de ramos de mimosa que necessitam de ser removidos, sob pena de um futuro controlo das plantas emergentes ficar muito dificultado.
Alguns dos trabalhos a serem realizados requererão a contribuição de pelo menos um homem não voluntário, mas os restantes estão abertos à participação de voluntários. Deste modo, propõe-se a realização de um 4º Campo de Trabalho Voluntário, a realizar no Sábado, 2 de Dezembro. Dado que estamos num período de instabilidade atmosférica, caso o tempo não o permita no dia 2, o Campo passará automaticamente para 9, podendo os inscritos confirmar ou retirar a sua inscrição caso isso se verifique. De referir que, se o tempo o permitir, os trabalhos mais urgentes e estritamente necessários serão realizados, mesmo sem a participação de voluntários, no dia 2.
O almoço e o lanche (no campo) serão fornecidos aos participantes. Quem preferir alimentação vegetariana, deverá assinalar o facto no acto da inscrição. A saída de Aveiro será pelas 8:00 horas (junto à Sede da Quercus) e a partida para o Cabeço Santo, em Belazaima, pelas 9:00 horas (da Junta de Freguesia de Belazaima, sem atraso!). A chegada a Aveiro será cerca das 19:00 horas. As inscrições são gratuitas, devendo ser efectuadas via correio electrónico para aveiro@quercus.pt ou via telefónica para 966551372, indicando o nome completo, contacto telefónico, data de nascimento e freguesia de residência. Também deverá indicar se necessita de transporte para Belazaima.
Participem e Divulguem!
Núcleo Regional de Aveiro da Quercus - A.N.C.N.
Correio-p: Apartado 363; 3811-905 AVEIRO;
Correio-e: mailto:aveiro@quercus.pt;
W.W.W. U.R.L.: http://aveiro.quercus.pt
Sede: Urb. de Santiago, Bl. 25 - R/C F, Aveiro;
Abertura: segundas, terças e quintas, das 19h às 20h;
Tel.: 966551372.
Abertura: segundas, terças e quintas, das 19h às 20h;
Tel.: 966551372.
(recebido por mail e reproduzido sem autorização prévia, mas como é por uma boa causa...)
Sublinhados
Discurso contra o Lirismo
Meus senhores:
Tomo a palavra por um dever de consciência e peço toda a vossa atenção, porque vou dizer coisas muito sérias. Penso que chegou a hora de definir posições, de tomar partido por ou contra, para que se extremem os campos e cada um de nós conheça o lugar que ocupa. É imperioso. É urgente. É inadiável. E espero firmemente que saiamos daqui mais seguros das nossas certezas e sabendo, de uma vez por todas, onde estão e quem são os nossos adversários.
Anda por aí, em inesperada revivescência, contrariando e minando os nossos esforços para a objectividade e a frieza, sem as quais nada de útil se pode construir, uma antiga doença que fez muito mal ao mundo em tempos passados. Falo do lirismo. Afirmo que é uma doutrina perniciosa. Perniciosos são os seus propagadores, sujeitos doentíssimos, intoxicados, verdadeiros focos ambulantes de infecção. Chamam-se a si próprios poetas. É também esse o nome que lhes damos, mas, felizmente, nós conseguimos, por um disciplinado trabalho das cordas vocais, ajudado por uma certa expressão do rosto, transformar essa palavra em injúria. Que eles merecem, diga-se de passagem.
Torno a pedir a vossa atenção. Não gosto de vos ver distraídos, só porque o sol está realmente bonito e anda ali um pombo a esvoaçar. Os pombos, tenho-o dito muitas vezes, são mais nocivos do que se julga. Lá fora, isso foi reconhecido. Tomaram-se providências adequadas para salvaguarda dos monumentos e da saúde pública.
Mas volto aos poetas, agora que o contínuo desta sociedade já fechou as janelas. Os poetas deviam ser eliminados, pura e simplesmente. Impõem-se atitudes drásticas, radicais, que não deixem pedra sobre pedra, quer dizer, verso sobre verso. Esta gente distribui papéis onde aparecem certas palavras que deveriam ser riscadas dos dicionários. Direi algumas, embora a minha formação espiritual se revolte contra a violência a que, por dever de objectividade, me obrigo. Amor, esperança, saudade, rosa, mar – eis algumas dessas palavras. Uma pequena amostra de um vocabulário decadente, inoportuno, direi mesmo subversivo. Como se isto não bastasse, os poetas (notaram a maneira como eu articulei a palavra?) tiram da sua maliciosa actividade uma não sei que insuportável arrogância, um desdém olímpico que nos faz estremecer de indignação. Alguns cobrem-se com uma capa de modéstia e de humildade que, à primeira vista, engana. São os piores. Com o seu ar de mansidão, que, dizem eles, lhes vem de um particular conhecimento do mundo, aliciam alguns dos nossos melhores elementos, pervertem-nos, desviam-nos das tarefas essenciais. Afirmam eles que também sabem alguma coisa de tarefas essenciais. Desconfiai, amigos. Entre nós e eles nada há de comum. O poeta é o nosso inimigo principal. Só quando conseguirmos arrancar esta lepra da face da terra poderemos viver em paz.
Sei que estou sendo escutado com atenção, que cada palavra que profiro reforça a nossa unidade, mas não posso deixar de notar uma certa (como direi?), uma certa flutuação na sala. Não posso compreender a atitude de alguns presentes que seguem com os olhos o fumo dos cigarros. Ou é distracção, ou perversão, ou nenhum respeito pelo conferencista. De qualquer modo, é lamentável. Também não sei que interesse encontram na garrafa da água. Por mim, não vejo nela mais do que uns efeitos de luz, refracções luminosas que qualquer manual de física elementar explica. E declaro que me está a irritar a cantoria dos pássaros (ou serão crianças?) que vem lá de fora. E esse senhor, ao fundo, que foi que lhe deu, para se pôr agora a sorrir? E o senhor, sim, o senhor, por que se levanta e vai abrir as janelas? Para que é este sol? E o verde dessas árvores? E por que não se calam as crianças? Ou serão pássaros?
Meus senhores, sinto-me profundamente desgostoso. A sessão está encerrada. Tenho dito.
José Saramago, Deste Mundo e do Outro
Meus senhores:
Tomo a palavra por um dever de consciência e peço toda a vossa atenção, porque vou dizer coisas muito sérias. Penso que chegou a hora de definir posições, de tomar partido por ou contra, para que se extremem os campos e cada um de nós conheça o lugar que ocupa. É imperioso. É urgente. É inadiável. E espero firmemente que saiamos daqui mais seguros das nossas certezas e sabendo, de uma vez por todas, onde estão e quem são os nossos adversários.
Anda por aí, em inesperada revivescência, contrariando e minando os nossos esforços para a objectividade e a frieza, sem as quais nada de útil se pode construir, uma antiga doença que fez muito mal ao mundo em tempos passados. Falo do lirismo. Afirmo que é uma doutrina perniciosa. Perniciosos são os seus propagadores, sujeitos doentíssimos, intoxicados, verdadeiros focos ambulantes de infecção. Chamam-se a si próprios poetas. É também esse o nome que lhes damos, mas, felizmente, nós conseguimos, por um disciplinado trabalho das cordas vocais, ajudado por uma certa expressão do rosto, transformar essa palavra em injúria. Que eles merecem, diga-se de passagem.
Torno a pedir a vossa atenção. Não gosto de vos ver distraídos, só porque o sol está realmente bonito e anda ali um pombo a esvoaçar. Os pombos, tenho-o dito muitas vezes, são mais nocivos do que se julga. Lá fora, isso foi reconhecido. Tomaram-se providências adequadas para salvaguarda dos monumentos e da saúde pública.
Mas volto aos poetas, agora que o contínuo desta sociedade já fechou as janelas. Os poetas deviam ser eliminados, pura e simplesmente. Impõem-se atitudes drásticas, radicais, que não deixem pedra sobre pedra, quer dizer, verso sobre verso. Esta gente distribui papéis onde aparecem certas palavras que deveriam ser riscadas dos dicionários. Direi algumas, embora a minha formação espiritual se revolte contra a violência a que, por dever de objectividade, me obrigo. Amor, esperança, saudade, rosa, mar – eis algumas dessas palavras. Uma pequena amostra de um vocabulário decadente, inoportuno, direi mesmo subversivo. Como se isto não bastasse, os poetas (notaram a maneira como eu articulei a palavra?) tiram da sua maliciosa actividade uma não sei que insuportável arrogância, um desdém olímpico que nos faz estremecer de indignação. Alguns cobrem-se com uma capa de modéstia e de humildade que, à primeira vista, engana. São os piores. Com o seu ar de mansidão, que, dizem eles, lhes vem de um particular conhecimento do mundo, aliciam alguns dos nossos melhores elementos, pervertem-nos, desviam-nos das tarefas essenciais. Afirmam eles que também sabem alguma coisa de tarefas essenciais. Desconfiai, amigos. Entre nós e eles nada há de comum. O poeta é o nosso inimigo principal. Só quando conseguirmos arrancar esta lepra da face da terra poderemos viver em paz.
Sei que estou sendo escutado com atenção, que cada palavra que profiro reforça a nossa unidade, mas não posso deixar de notar uma certa (como direi?), uma certa flutuação na sala. Não posso compreender a atitude de alguns presentes que seguem com os olhos o fumo dos cigarros. Ou é distracção, ou perversão, ou nenhum respeito pelo conferencista. De qualquer modo, é lamentável. Também não sei que interesse encontram na garrafa da água. Por mim, não vejo nela mais do que uns efeitos de luz, refracções luminosas que qualquer manual de física elementar explica. E declaro que me está a irritar a cantoria dos pássaros (ou serão crianças?) que vem lá de fora. E esse senhor, ao fundo, que foi que lhe deu, para se pôr agora a sorrir? E o senhor, sim, o senhor, por que se levanta e vai abrir as janelas? Para que é este sol? E o verde dessas árvores? E por que não se calam as crianças? Ou serão pássaros?
Meus senhores, sinto-me profundamente desgostoso. A sessão está encerrada. Tenho dito.
José Saramago, Deste Mundo e do Outro
quarta-feira, novembro 22, 2006
Festa da Música
O que é a Cultura? Para que serve? Quem a utilizada? Tem que ser grátis, e/ou subsídiada?
É verdade que o "povo" português, num todo, é ignorante culturalmente? Que não frequenta museus, teatros, cinema, exposições, lançamentos de livros....? Isto tudo é verdade?
E o que dizer do sucesso do Museu de Serralves? Caso único?! Será? E a FESTA DA MÚSICA em Lisboa? E a biblioteca de Guimarães? E tantos outros exemplos pelo país, casos isolados?
Todos os anos ouço, vejo na televisão que os bilhetes para a Festa da Música em Lisboa esgotam (em muitos concertos uns dias antes) rápidamente. Era um caso de sucesso. Um caso impar, para um país ignorante (?)
Se o projecto da Festa da Música tinha muita audiência, por que razão acabar com o que está bem?
Segundo a ministra da Cultura (?) não é por causa dos cortes orçamentais, mas sim criar um novo projecto. Será isto credível?
Onde estão as reacções, como as que se fizeram com o Rivoli, no Porto?
É verdade que o "povo" português, num todo, é ignorante culturalmente? Que não frequenta museus, teatros, cinema, exposições, lançamentos de livros....? Isto tudo é verdade?
E o que dizer do sucesso do Museu de Serralves? Caso único?! Será? E a FESTA DA MÚSICA em Lisboa? E a biblioteca de Guimarães? E tantos outros exemplos pelo país, casos isolados?
Todos os anos ouço, vejo na televisão que os bilhetes para a Festa da Música em Lisboa esgotam (em muitos concertos uns dias antes) rápidamente. Era um caso de sucesso. Um caso impar, para um país ignorante (?)
Se o projecto da Festa da Música tinha muita audiência, por que razão acabar com o que está bem?
Segundo a ministra da Cultura (?) não é por causa dos cortes orçamentais, mas sim criar um novo projecto. Será isto credível?
Onde estão as reacções, como as que se fizeram com o Rivoli, no Porto?
terça-feira, novembro 21, 2006
desinspirações
seis coisas que não interessam nem ao menino jesus:
1. Odeio despertadores!
2. Adio sempre o momento de ir dormir, seja lá a que horas tenha que me levantar no dia seguinte.
3. Gostava de saber distinguir pelo nome os pássaros uns dos outros - e as árvores também.
4. O meu sonho climatérico: acompanhar o Verão numa volta "eterna" ao mundo. Detesto frio.
5. Detesto gente que, em vez de conversar, monologa.
6. Gostava de gostar de arrumar, passar a ferro, limpar, cozinhar, etc. Mas não gosto.
Passo este desafio vindo da Mary há séculos para: o Medronho, a Fabi, Venus as a Boy e Major Tom, à I e se mais alguém quiser também pode...
1. Odeio despertadores!
2. Adio sempre o momento de ir dormir, seja lá a que horas tenha que me levantar no dia seguinte.
3. Gostava de saber distinguir pelo nome os pássaros uns dos outros - e as árvores também.
4. O meu sonho climatérico: acompanhar o Verão numa volta "eterna" ao mundo. Detesto frio.
5. Detesto gente que, em vez de conversar, monologa.
6. Gostava de gostar de arrumar, passar a ferro, limpar, cozinhar, etc. Mas não gosto.
Passo este desafio vindo da Mary há séculos para: o Medronho, a Fabi, Venus as a Boy e Major Tom, à I e se mais alguém quiser também pode...
segunda-feira, novembro 20, 2006
O fim do curto verão, o fim do sonho
Buenaventura Durrutti
14.07.96 - 20.11.36
Hijos del pueblo
Hijo del pueblo,
te oprimen cadenas,
y esa injusticia no puede seguir;
si tu existencia es un mundo de penas
antes que esclavo prefiere morir.
En la batalla, la hiena fascista.
por nuestro esfuerzo sucumbirá;
y el pueblo entero, con los anarquistas,
hará que triunfe la libertad.
Trabajador, no más sufrir,
el opresor ha de sucumbir.
Levántate, pueblo leal,
al grito de revolución social.
Fuerte unidad de fe y de acción
producirá la revolución.
Nuestro pendón uno ha de ser:
sólo en la unión está el vencer.
(Para ouvir clicar aqui e esperar pacientemente que o intróito instrumental passe:
http://idd003x0.eresmas.net/mp3/Hijos%20del%20Pueblo.mp3)
quinta-feira, novembro 16, 2006
Sublinhados
"Podes argumentar que César planeia muitas reformas que serão benéficas.(...) Só posso alertar para o seguinte: os meios pelos quais uma reforma é efectuada podem vir a negar os benefícios que, em outras circunstâncias, essa reforma poderia trazer. (...) César pode continuar a exibir o seu respeito pelas instituições enquanto as vai minando por dentro."
in César, de Alan Massie, trad. Armando Silva Cravalho
Será que algum dos nossos cinco leitores pode fazer chegar estas observações do General Labieno a algum membro razoável do governo? Obrigada.
Já agora, se algum dos leitores conhecer alguém da editora Gradiva, transmitam esta mensagem: investir num bom tradutor e esquecerem-se de contratar um revisor de texto é um disparate que só nos pode fazer querer deitar o livro que estamos a ler ao lixo e nunca mais comprar nenhum editado por essa chancela? Obrigadinha também - não é tão importante mas se as editoras fossem mais cuidadosas eu às vezes era mais feliz...
in César, de Alan Massie, trad. Armando Silva Cravalho
Será que algum dos nossos cinco leitores pode fazer chegar estas observações do General Labieno a algum membro razoável do governo? Obrigada.
Já agora, se algum dos leitores conhecer alguém da editora Gradiva, transmitam esta mensagem: investir num bom tradutor e esquecerem-se de contratar um revisor de texto é um disparate que só nos pode fazer querer deitar o livro que estamos a ler ao lixo e nunca mais comprar nenhum editado por essa chancela? Obrigadinha também - não é tão importante mas se as editoras fossem mais cuidadosas eu às vezes era mais feliz...
Agenda
PALESTRA
tema. BIODIESEL
palestrante. Professora Doutora Mª da Conceição Alvim Ferraz
data. 17 Novembro 2006
local. Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
organização. Universidade Sénior de Santa Maria da Feira
tema. BIODIESEL
palestrante. Professora Doutora Mª da Conceição Alvim Ferraz
data. 17 Novembro 2006
local. Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
organização. Universidade Sénior de Santa Maria da Feira
Publicar um livro
Queres publicar um livro mas é difícil "furar" o sistema que as editoras controlam?
Então vai aqui:
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Se quiseres ver um exemplo, espreita esta recomendação feita por um amigo meu sobre o livro de um amigo seu.
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quarta-feira, novembro 15, 2006
Metáfora
Voando sobre um Ninho de Cucos (1975), de Milos Forman
Por aqui perto não há grande cinema (ainda que haja grandes cinemas...) e na semana passada eu, a minha cara-metade e as gatas (grandes apreciadoras de cinema - ou será de donos sentados durante horas no sofá?...) vimos o "Voando Sobre um Ninho de Cucos" que encontrámos, não sem surpresa, num vídeoclube de Albergaria-a-Velha.
Confesso que as expectativas não eram muitas nem grandes, mas às vezes é melhor assim.
É um filme com várias leituras possíveis, sendo uma das mais interesantes o facto de constituir uma excelente metáfora sobre a liberdade: há os que estão no manicómio porque assim alguém decidiu por eles e nem sabem bem que estão lá; há os que escolhem estar "presos por vontade" (como diria o Camões); e há o que não quer estar preso e procura mostrar aos outros o que é a liberdade, sendo vítima da sua loucura (prometaica?). No interim, contagia com esse desejo de liberdade o mais confinado, ainda que o mais livre de todos: o "selvagem" índio de quem nada se espera, porém o único que tem coragem para ser livre. A diferença entre o Índio e os outros parece ser a de aquele conseguiu manter o seu espírito sempre livre.
Pode alguém que sempre viveu com cadeias na mente ser livre algum dia? É esta uma das questões que o filme coloca: Billy é livre de sair quando quiser, mas não é capaz da abandonar as certezas e a rotina do dia-a-dia monótono e certo como a morte no momento em que a liberdade lhe é oferecida numa bandeja. O medo das consequências do desafio que constituirá a sua atitude atam-lhe a vontade. Acobarda-se. Quem vê o filme fica desiludido, não era para aqui que a narrativa nos parecia querer levar, queríamos um fim mais optimista. É que se pensarmos no que acontecerá ao bom selvagem que se evade, acabaremos por não ver um futuro assim tão radioso nessa sua opção.
A liberdade será um beco sem saída?
P.S. Filme a rimar com o magnífico "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley.
quinta-feira, novembro 09, 2006
Greve
É só para dizer que hoje, e amanhã estou em GREVE.
É um direito conquistado por muita BOA gente, durante décadas. É um direito é que me assiste.
É um direito conquistado por muita BOA gente, durante décadas. É um direito é que me assiste.
Passar palavra
O Instituto Português de Oncologia (IPO) está a angariar filmes VHS ou DVD para os doentes da unidade de transplantes que estão em isolamento.
«São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento», explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira. A «falta de "stocks"» torna necessária a ajuda da população:«Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que nãotêm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos»,acrescenta.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a «comédia». Numa altura menos feliz das suas vidas, «um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital». Rir é sempre um bom remédio.
As cassetes de vídeo ou DVD's antigos podem ser enviadas para:
Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
A/C SrªEnfªElsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto
1093 Lisboa Codex
Ou então, informe-se pelo telefone: 21 726 67 85
p.s. agradeço à Nogueira pela informação.
«São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento», explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira. A «falta de "stocks"» torna necessária a ajuda da população:«Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que nãotêm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos»,acrescenta.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a «comédia». Numa altura menos feliz das suas vidas, «um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital». Rir é sempre um bom remédio.
As cassetes de vídeo ou DVD's antigos podem ser enviadas para:
Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
A/C SrªEnfªElsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto
1093 Lisboa Codex
Ou então, informe-se pelo telefone: 21 726 67 85
p.s. agradeço à Nogueira pela informação.
terça-feira, novembro 07, 2006
sábado, novembro 04, 2006
Boatos?
Parece que a livraria Navio de Espelhos (Aveiro) fechou as portas sem pagar aos fornecedores, alguns deles pequenos editores a quem o dinheiro que lhes é devido muita falta lhes faz para continuarem a publicar o que não dá lucro às grandes editoras...
Tão boas intenções, tão bons projectos e nem se honram os compromissos? Está mal.
Tão boas intenções, tão bons projectos e nem se honram os compromissos? Está mal.
Agustina e Rembrandt
sexta-feira, novembro 03, 2006
quinta-feira, novembro 02, 2006
Sublinhados
"Esses portugueses de que você fala, que descobriram, colonizaram e criaram, somos nós, os brasileiros. Vocês são os descendentes dos que ficaram, dos tímidos, dos fracos, dos incapazes".
Cecília Meireles apud Jorge Dias, Estudos de Antropologia, vol 1, Lisboa 1990, p. 268
Foi o João B. que me enviou esta citação, da qual muito gostei. Li-a e pareceu-me que era uma excelente descrição da alma lusa.
Cecília Meireles apud Jorge Dias, Estudos de Antropologia, vol 1, Lisboa 1990, p. 268
Foi o João B. que me enviou esta citação, da qual muito gostei. Li-a e pareceu-me que era uma excelente descrição da alma lusa.
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