terça-feira, fevereiro 13, 2007

Viva, viva, viva

Já somos um País Moderno.

Já somos um País Civilizado.

Já estamos na Europa dos Evoluídos.


Já despenalizamos o Aborto.


Ser moderno, civilizado, evoluído é optar entre: mandar as mulheres que fizeram um aborto (ilegal) e leva-las a tribunal (sem serem presas); ou impedir (matar) que um feto atinga maturidade.


Escolhemos a 1ª via.

Viva, viva, viva.




p.s.: como já acabou a campanha, o referendo...achei (mais) correto tomar (só) agora a minha posição civilizacional.

p.s.: cada vez mais centros de saúde e urgencias estão a fechar... Muitos utentes do serviço nacional de saúde não têm médico de familia. Onde ve vai "buscar" médicos, espaço (para colocar o material para realizar um aborto de uma forma digna), dinheiro... para se realizar os abortos?



Ganhou o SIM!

12 comentários:

Anónimo disse...

ai as urgência, as urgências.

Venus as a boy disse...

Mais correcto porquê?

Anónimo disse...

pra mim o que o medronho quer dizer é: "a irracionalidade reina nos dois reinos!". não se tratou do assunto com profundidade e andou-se à cata de votos e protagonismos sem pensarem verdadeiramente nas consequências. o costume.

e se ele achar mal que o sim tenha vencido? (tenho que assistir a esta)

Anónimo disse...

oi
tb não percebi, principalmente a "irracionalidade" e "profundidade no tratamento do assunto".

concordo que a oferta do SNS esteja a "rasgar pelas costuras", aceito que agora ainda possa a vir a ser mais complicado. mas meus amigos vamos de uma vez por todas esclarecer outra coisa. a oferta em Portugal de apoio a mães adolescentes, a mulheres vitimas de violência doméstica (e não estou a falar de casos de violação extra-conjugal), a mulheres com dificuldades financeiras e muitos outros tipo de situações que infelizmente existem, deixa muito a desejar e não serve de atenuador de um futuro incerto, angustioso, sofrido para uma mulher que tem um filho no ventre e não sabe como vai ser a vida do mesmo. e não me venham com a história da adopção. acho louvável, admiro as pessoas, casais ou individuais, que adoptam. mas infelizmente no nosso lindo país, também a legislação desta matéria está muito aquém do que deveria ser.

eu como mãe de duas crianças, penso que qualquer mulher que opte por um aborto o faz após muita meditação sobre o assunto. não sou eu que estou na "pele" dessas mulheres para avaliar, fazer juízos de valor sobre a decisão que tomam.

outra coisa: ouvi na rádio que grande parte das mulheres condenadas por prática de aborto foram "denunciadas" por marídos ou exnamorados. mas que justiça é esta?!!! elas fizeram esses filhos sozinhos?! porque é que esses homens que as denunciam e intervêm no coito tb não vão a tribunal?

tenho receio do futuro, guio-me pelos meus valores e não tenho o direito de querer intervir no direito de escolha das outras mulheres.

Anónimo disse...

vamos lá esclarecer que não sou adepto do não, mas também não sou adepto do sim, assim. sou doutro sim que não este.

o que eu acho é que ao resolver um problema criou-se outro. ou melhor, resolveu-se outro: os das clínicas privadas.

num país que manda mulheres terem os seus filhos a espanha porque fica mais barato. num país que manda fechar urgências, hospitais e centros de saúde, um país que quer privatizar à força o público e etc. em vez de criar condições para as mulheres que optem por abortar, faz o quê? sobrecarrega o sns. existem listas de espera de meses para operações simples, existem listas de espera de meses para operações não tão simples. ainda morre gente na lista de espera. e quem tiver cunhas passa à frente dos outros. já imaginaram uma mulher que decide abortar às nove semanas e meia a correria que vais ser para não deixarem passar as dez semanas? e ainda temos que contar com os médicos objectores. basta uma mulher apanhar um destes para lhe atrasar o processo.

quem, vai lucrar com isto tudo são as clínicas privadas, espanholas, portuguesas e sabe-se lá mais o quê.

ao resolver o problema criou-se um negócio do caralho.

se calhar o medronho ainda tem fresca na memória a nossa ida às urgências da póvoa no dia 13 de janeiro. e olhem que foi só uns pulsos torcidos e mais um musculo ou outro mais dorido.

Anónimo disse...

concordo, zimbro.
mas o post colocado aborda o aborto e não o problema do SNS.

quanto ao negócio das clínicas privadas, considero isso um "problema" menor. estamos numa economia aberta. há que saber aproveitar as oportunidades de negócio (sim, estou a ser economicista, mas esta é a nossa realidade). Mais clinicas, mais concorrência, menor preço, mais emprego....

sim, esta é a realidade deste mundo: moral, vida, humanidade em paralelo com uma economia global.

continuo a dizer que estas clinicas só terão negócio se as mulheres optarem pelo aborto. com isto volto ao problema inicial. o negócio da clínicas é um problema menor.

Anónimo disse...

só que para mim este negócio das clínicas privadas vai ser mais um lobby ao estilo das farmácias. nós sabemos como é a liberalização do mercado em portugal: monopólios restritos nas mãos de gente séria e honesta. ele é a edp, ele é a tvcabo, ele é a brisa. ele é tudo.

Kaos disse...

Quanto à questão do dinheiro não me parece haver problema. Eu pago impostos e essa justificação não pega. Dinheiro há se o direcionarem para isso. Quanto ao resto ganhou a opção que dá à mulher a dignidade de escolher. Não vejo nada de errado nisso.
abraço

Anónimo disse...

ganhou o sim desta vez como ganhou o não da outra. a vitória do sim não é vinculativa. nada impede que daqui a uns dez anos haja outro referendo a penalizar a ivg. o ribeiro de castro já ameaçou, que quando o partido dele for governo de promover outro referendo. e tem tanto direito de reclamar como os partidários do sim o tiveram desde 98.

o cavaco já disse que os poderes dele são para se usar. a sorte do sim é que o homem está no primeiro mandato, e como qualquer pr no primeiro mandato é um pau mandado dos governos. se o homem estivesse no segundo mandato nada o impediria de puxar pelos galões dos mais de dois milhões de setecentos mil votos que o elegeram para combater os mais de dois milhões e duzentos mil votos do sim.

o menezes de gaia falou qualquer coisa de que oitenta porcento dos portugueses não votou sim.

a culpa disto sabemos nós de quem é. o adão, sabe-se lá porquê, foi expulso do paraíso por dar ouvidos à eva. o antónio refugiou-se para um tacho qualquer da onu por passar a vida a dar ouvidos ao melícias e outros que tais.

preferia que na pergunta do referendo tivesse sido acrescentado o seguinte “… em estabelecimentos públicos a criar para o efeito?” o estado não se pode alhear dos problemas dos cidadãos. dantes quem tinha dinheiro ia abortar ao estrangeiro, agora pode abortar em clínicas privadas. quem não tiver dinheiro ou vai para a lista de espera ou continua a abortar debaixo das escadas.

é claro que ainda existe muita gente embriagada com a vitória do sim, e quando alguém questiona se isto agora vai ser assim ou assado até parece que caiu o carmo e a trindade.

para mim este referendo e o de 1998 nunca deveriam ter existido. como o de 1998 existiu parte-se (e bem) do principio que deveria haver novo referendo. existem assuntos básicos que jamais deveriam ser referendados.

o sim ganhou (e não é vinculativo) mas a que preço?

Mário Azevedo disse...

Fritz, estou aterrado com o teu silêncio. explica-te homem!
Zimbro Vermelho, que grande confusão que vai na tua cabeça, afinal és a favor ou contra a despenalização? enrolas, enrolas. quanto às clínicas privadas, parece que os portugueses só se preocupam com elas quando estas se instalam em portugal. que as mulherem vão para as clínicas em espanha já não interessa. quanto ao cavaco, que poderá ele fazer?; sendo o parlamento a favor, o máximo que ele consegue é vetar a lei e enviá-la novamente para o parlamento (que votará outra sim).
se achas que foi um erro fazer um referendo ao aborto, então é porque consideras que o parlamento tem mais do que competências para legislar sobre o assunto. ora sendo o parlamento claramente favorável à despenalização, não sei porque falas tanto na abstenção.

Anónimo disse...

apenas acho que a questão do aborto deveria ter sido tratada pelo parlamento em 1998. na altura haveriam condições para se tratar deste assunto condignamente. ao se fazer um referendo dividiu-se os eleitores. ainda para mais a elevada abstenção criou várias interpretações, ao gosto de cada uma das fracções.

em 2007 voltou a acontecer o mesmo, se bem que a vitória desta vez sorriu ao sim. e nada impede que haja um terceiro referendo daqui a uns dez anos. pois os argumentos são válidos para ambos os lados.

e para mim tratar condignamente este assunto era também criar condições próprias para as mulheres que pretendessem abortar. na situação actual em que nos encontramos, com o encerramento, fusões e deslocações de várias instalações de saúde (entenda-se como: hospitais, maternidades, centros de saúde e sei lá mais o quê), não vejo como se tratar condignamente deste assunto sem o transformar num negócio. mais um lobby ao estilo das farmácias, por exemplo.

Anónimo disse...

ou seja, se me sair o euromilhões invisto numa rede de clínicas.