sexta-feira, setembro 01, 2006

Sublinhados

Buenaventura Durruti (1896-1936)

“However much one cursed at the time, one realized afterwards that one had been in contact with something strange and valuable. One had been in a community where hope was more normal than apathy or cynicism, where the word “comrade” stood for comradeship and not, as in most countries, for humbug. One had breathed the air of equality. (…)

For the Spanish militias, while they lasted, were a sort of microcosm of classless society. In that community where no one was on the make, where there was a shortage of everything but no privilege and no boot-licking, one got, perhaps, a crude forecast of what the opening stages of Socialism might be like. And, after all, instead of disillusioning me it deeply attracted me. The effect was to make my desire to see Socialism established much more actual than it had been.(...)

The Communist's emphasis is always on centralism and efficiency, the Anarchist's on liberty and equality."

George Orwell, HOMAGE TO CATALONIA, 1938

8 comentários:

Anónimo disse...

Os últimos anarquistas: Google, Microsoft...

É uma opinião sincera e sem ironia!

Anónimo disse...

Pode ser sincera e sem ironia, mas é estúpida como um coelho da páscoa; e indica claramente que nao fazes a mínima ideia do que é ou foi o anarquismo...

Anónimo disse...

Pois caro anónimo, estude esta situação, pois o caminho é duro e impregnado de armadilhas quando se fala de anarquia,

bem, eu até lhe ia explicar, mas se ler O Banqueiro Anarquista de Fernando Pessoa, creio que poderá compreender o resto desta ideia...

Quem trabalha para estas duas empresas tem mais regalias e tempo útil de ócio disponíveis (refeições de elevada qualidade oferecidas, oferta de trabalhos domésticos, creche particular para os filhos), são duas empresas que exploram até ao limite da legalidade capitalista o estado e os outros capitalistas, ultrapassando mesmo essa legalidade se proveituoso em causa própria, repartem grande parte dos seus lucros, obtidos em desfavor de capitalistas acérrimos, em obras de inegável cunho filantrópico!!

Agora diga-me você quem são os seus anarquistas. Eu, pessoalmente, nunca colocaria uma bomba; sou anarquista demais para me expor dessa forma!

Passe bem, você e a pacotilha do coelho da Páscoa!

Anónimo disse...

Ah, e como deve compreender, não o conheço de lado nenhum para que me trate por tu!

Saudações

medronho disse...

Voltando ao DURUTTI :)
Estou a ler 2 volumes sobre a vida do grande impulsionador do anarquismo em espanha....e ainda não acabei. Prometi à Esteva que faria um comentário aos livros, e farei. Só não sei quando :(

Anónimo disse...

Exmos. anárquicos, parece-me que o aa (não seria A-HA ?)e o anonymous 2 não andam muito longe da verdade...

PS.: Anonymous 1 - O coelho da Páscoa não é anarquista. Trabalha para a mãe natureza.

Anónimo disse...

no secundário, numa disciplina qualquer num ano lectivo qualquer, um professor qualquer, contou-nos a história de um anarquista abastado qualquer do século XIX (se não me engano), que investiu a fortuna pessoal numa fábrica de qualquer coisa.
aos trabalhadores deu as condições e regalias de trabalho que em pleno século XX (e XXI também) a maioria não sonharia. está-se mesmo a ver que o homem foi à falência.
foi por incompetência? foi por boicote? ou o produto não tinha saída?
o que eu sei é que se a goolge e a microsoft fossem deslocados para o século XIX não teria dúvidas que entraria logo em falência.
isto é como um abolicionista gerir uma fazenda empregando mão-de-obra de antigos escravos, seus ou alforriados numa região de esclavagista. haveria com certeza um boicote aos seus produtos, isto para não falar em actos de violência correctiva.
conheço algumas pessoas que se dizem anarquistas. e como os anarquistas não vivem do ar, estas pessoas não têm patrão, têm o seu próprio negócio para subsistirem. e deixem-me que vos digam, o tratamento que dão aos seus funcionários a nível de direitos do trabalho fazem corar alguns empresários mais conservadores. depois quando são apanhados pela IDICT ou pela segurança social ou pelo fisco o discurso é sempre o mesmo: "perseguição aos pequenos, com tanto grande aí e ninguém olha para eles!".
não há dúvida que o modo como estas empresas tratam dos seus funcionários fazem-me lembrar aquilo que o tal professor deu na aula.
ou esse senhor do século XIX não era de facto anarquista? e o que é ser anarquista? é ser pobre e sonhar por um mundo melhor ou é ser rico e sonhar por um mundo melhor? ou é ser homem/mulher e sonhar por um mundo melhor... à sua maneira?

RAFA, acho que o aa e o anonymous 2 são a mesma pessoa.

ESTEVA, se achas que "...isso não é ser anarquista, é ser um bom capitalista e pensar que se tratar bem os meus empregados, os tipos vão andar mais contentitos e produzem mais e a minha empresa terá mais lucros e estará melhor cotada na bolsa (e esta coisa da bolsa é ao que parece A cenoura para que todas as empresas trabalham)..." então interpreto que esses funcionários também são como os burros, andam todos contentes atrás da cenoura. não te dá vontade de ser burra numa empresa destas? a mim dá.

Anónimo disse...

Por partes...

Sim o aa e o anónimo 2 são uma e a mesma pessoa, que por sua vez sou eu! O que aconteceu foi um pequeno erro no momento de colocação do comentário...

Quando escrevi que era uma opinião sincera e sem ironia, não menti, apenas omiti que também era, e muito, provocatória... Apetecia-me observar o que se pensava e como se pensava a anarquia nos dias que correm, como se vai agindo e reagindo!

Quanto ao livro O Banqueiro Anarquista, não é de facto uma das obras estruturantes da primeira fase do movimento anarquista, nem nada que se lhe pareça; portanto, Esteva, se fosse esse o factor que a levaria a reler o livro em causa, não necessita de o fazer; aconselhar-lhe-ia, por exemplo, Jean Grave, que porventura conhece.

Muitos outros textos existem dessa época tão prolixa e original em teoria anárquica; o que é compreensível à luz da divulgação anarquista, segundo células, no seio das quais muitas vezes se produziam derivações de textos e propaganda original; são bastante curiosos os textos produzidos no seio da Carbonária (anónimo 1, a Carbonária - que nada teve a ver com a invenção do Coelho da Pascóa, nem com a do Pai Natal -, apresentava algumas células essencialmente constituídas por anarquistas, mas, veja bem, teve os seus principios fundadores entre a maçonaria!).

O facto de ter mencionado a colocação de bombas deveu-se apenas ao subtil entendimento de anarquia do Sr. Anónimo 1. Mas, agora que já foram mencionadas e, contra a minha vontade, feriram a susceptibilidade de alguns dos presentes, posso referir que uma boa parte das convocatórias de ateneus espalhados por Espanha e Itália mencionam a intenção de realizar actos violentos (queima e destruição de caixotes do lixo, destruição de montras), incluem métodos de confronto e fuga às forças policiais.
Na Catalunha, oh doce Catalunha!, ainda no ano passado ocorreram alguns atentados perpetuados por anarquistas.

Quanto aos benefícios desta luta armada, creio que foram pouquíssimos, ou nenhuns, na história do anarquismo. Dividiram células e fragmentaram o movimento (o que trouxe grandes benefícios aos comunistas), debilitaram o movimento perante a opinião pública e judicial, atraíram bandidos como Garnier e Bonnot.

Hoje, muitos anarquistas, conscientes do código genético da humanidade, que além da honestidade e da integridade, envolve a mediocridade e a cretinice, tomaram rumos diversos...

Saudações